Francisco Pavão, médico de saúde pública, analisou, esta sexta-feira, no Segunda Vaga, o aumentar das medidas restritivas para travar a pandemia em Portugal.
Espera-se que venham a ser impostas regras ou medidas extraordinárias”, explicou.
No entanto, o especialista sublinhou que o impacto “devastador” do encerramento de fronteiras e confinamentos massivos, na União Europeia, em termos económicos e até mesmo de saúde.
Apesar de tudo, Francisco Pavão considerou “satisfatórios” os mais recentes números da recuperação económica, apesar de considerar que é necessário encontrar um balanço entre a recuperação económica e a saúde Pública, sublinhando que “não há economia sem saúde”.
Vamos assistir a confinamentos parciais, os chamados ‘confinamentos light’. Esta medida só peca por tardia”, considerou. “Sou favorável à divulgação dos mapas de risco epidemiológico.”
Sobre um plano de vacinação, o médico de saúde pública considera que não deverá ser muito diferente do atual plano de vacinação para a gripe, com a prioridade dos profissionais de saúde e as pessoas que pertencem aos grupos de risco.
Vários espetadores colocam as suas questões sobre a covid-19, no programa Segunda Vaga. Uma das questões levantadas diz respeito a um dos sintomas da covid-19. Serão as tonturas um sintoma da doença?
Com a evolução do entendimento da doença, os especialistas repararam que existem “muitos outros sintomas da covid-19 para além da febre, da tosse e da perda de paladar, entre os quais as tonturas.
Na eventualidade de um agravamento dos sintomas, entrar em contacto com a linha SNS24”, frisou.
Maria João Quintela, presidente da Associação Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, também esteve presente no programa, onde analisou a situação dos idosos durante esta segunda vaga, numa altura em que se multiplicam os casos nos lares de todo o país.
A letalidade nas pessoas com mais de 70 anos é superior a 10,8%, no entanto, Maria João Quintela acredita que tem havido “uma evolução” na proteção direta deste grupo etário. Porém, a especialista alertou para a falta de “solidariedade” para com os mais velhos de quem não utiliza máscara.
Nós temos de ser solidários. Ser solidário é preocupar-se com a vida do outro. Quando nós utilizamos máscaras e outros não as utilizam, especialmente quando há aglomerações, estamos a ser tudo menos solidários e responsáveis do ponto de vista cívico e social”, sublinhou.
A presidente da Associação Portuguesa de Geriatria e Gerontologia explicou ainda que não se deve “conviver com o vírus”, mas sim “combater o vírus” com os meios mais eficazes.
Se não nos protegermos, corremos o risco de provocar a morte”, alertou.
O programa Segunda Vaga mostra-lhe diariamente casos de pessoas que foram infetadas com a covid, que lhe contam tudo aquilo por que passaram. João Pedro Silva, de Vila Nova de Gaia, foi um desses casos e esteve infetado com a covid-19 e esteve dois meses em recuperação.
A parte mais difícil foi a parte da novidade. Não saber o dia seguinte e ninguém saber dizer o que estava a acontecer”, afirmou. “Eu tive uma sequência de sintomas muito graves. Foi muito forte.”
João Pedro Silva comparou os “ataque ao sistema imunitário” como “um ataque” ao seu corpo. No entanto, o pior, garante, foi o peso psicológico da doença.
Eu penso que o fator psicológico vai ficar para sempre, em mim e em todas as pessoas”, contou.
No espaço “Hora da Verdade Covid-19”, a parceria da TVI com o jornal Observador, foi feito o fact-check a uma frase que está a correr as redes sociais creditada a Graça Freiras.
Não é uma fatalidade ser idoso, ter doenças e morrer por covid”, é a frase atribuída à diretora-geral da Saúde.
Segundo o Observador, esta frase remonta a uma conferência de imprensa de 18 de abril de 2020, quando a DGS ainda fazia o ponto de situação da pandemia diariamente. No entanto, a frase foi descontextualizada, uma vez que Graça Freitas respondia a uma pergunta sobre a contabilização das mortes por covid-19, querendo dizer que nem todos os óbitos estariam a ser contabilizados como mortes covid.