Maioria das crianças desaparecidas encontradas dois dias depois - TVI

Maioria das crianças desaparecidas encontradas dois dias depois

  • AR e MM
  • 24 mai 2017, 10:40

Regista-se, na quinta-feira, o Dia Internacional da Criança Desaparecida. Instituto de Apoio à Criança sinalizou, em 2016, quase 40 desaparecimentos. Catorze foram por rapto parental

Perto de 40 crianças foram sinalizadas como desaparecidas em 2016 ao Instituto de Apoio à Criança (IAC), que observou um aumento de 38% no número de casos de raptos parentais, de acordo com dados divulgados à agência Lusa.

No total, o IAC registou 37 casos de desaparecimento de crianças e jovens, mais dois do que no ano anterior, tendo a maioria (17) sido por fuga de casa ou de uma instituição e 14 por rapto parental, mais cinco casos do que em 2015.

Houve ainda dois casos de desaparecimentos de crianças migrantes não acompanhadas e dois casos de crianças perdidas. Noutras duas situações não é especificada a causa do desaparecimento.

Do total de crianças desaparecidas, há 15 que ainda não foram localizadas, adiantam os dados do IAC.

Nas restantes situações, em que a criança foi localizada, a duração do desaparecimento é variável, sendo que na maioria dos casos (24%) foi inferior a 48 horas.

Crianças migrantes preocupam especialistas

Em entrevista à agência Lusa, a propósito do Dia Internacional da Criança Desaparecida, que se assinala na quinta-feira, o coordenador do serviço SOS-Criança, Manuel Coutinho, manifestou preocupação com a situação das crianças migrantes.

O que nos está a trazer muita preocupação” é a situação das “crianças migrantes não acompanhadas fugidas da guerra, que são muitas, que se deslocam pela Europa, e depois desaparecem, supondo-se que vão para as redes de tráfico”, disse Manuel Coutinho.

Mas as situações de raptos parentais, quando uma criança é levada ou mantida num país diferente do da sua residência por um dos pais ou detentores da sua guarda, contra a vontade do outro.

O aumento dos raptos parentais e o impacto que têm nas crianças constitui uma preocupação para o psicólogo, sublinhando que “é um mau trato psicológico” que tem de ser eliminado da vida das famílias.

As pessoas têm muitas vezes esta atitude irrefletida porque os adultos estão numa grande conflitualidade, mas a criança fica partida por dentro, fica para sempre com um trauma psicológico bastante grave e deixa de confiar nas pessoas”, frisou.

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