Joana Rombert, terapeuta da fala e autora do livro "Escrever direito por linhas tortas", apresentou esta sexta-feira quadros de resumo com as etapas de desenvolvimento normativo e os sinais de alarme, de forma a despertar o olhar dos pais para o desenvolvimento dos filhos e permitir-lhes, assim, detetar possíveis dificuldades.
A especialista afirma que as crianças com dificuldades na leitura e na escrita acabam por demorar mais tempo a adquirir certas competências.
É normal que, numa fase inicial, as crianças façam erros, mas há etapas de normal desenvolvimento. No início do segundo ano, as crianças devem ser competentes na leitura e na escrita", explica Joana Rombert.
Para combater um eventual desenvolvimento mais lento, a terapeuta reitera que a aprendizagem da leitura e da escrita não tem de ser um processo enfadonho.
É divertido aprender a ler e a escrever e é importante que os pais expliquem às crianças porque é que é um processo tão importante. No fundo, é a base de todas as nossas aprendizagens", diz a terapeuta da fala.
No entanto, explica a especialista, muitas vezes a naturalidade e a facilidade na escrita e na fala leva muitos pais a ficarem ansiosos quando as crianças enfrentam dificuldades.
É por isso que, muitas vezes, há tensão entre pais e filhos quando fazem os trabalhos da escola. Quando há essa tensão, às vezes é melhor nem fazerem esses trabalhos. Vão fazer outras coisas para se divertirem", afirma.
Quanto maior for a tensão em volta do problema, menor é a vontade da criança aprender. "Ficam mais isoladas, mais tristes".
Mas como é que se torna a aprendizagem em algo divertido? Joana Rombert diz que é importante os pais pensarem que quando ensinam a criança, ela tem uma aprendizagem multissensorial.
O ensino deve ter em conta a visão, o som, o movimento, o tacto. Quanto mais criativos formos, melhor é para a criança. Melhor do que ficar sentada numa sala de aula. O importante é sermos criativos", afirma a autora.