Uma mulher de 44 anos confessou esta sexta-feira no Tribunal de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, ter vendido bens de apartamentos que arrendou para poder sobreviver e conseguir a guarda partilhada de um filho menor.
Não olhei a meios para atingir os fins e fi-lo da forma mais errada possível”, disse a arguida, durante a primeira sessão do julgamento, onde responde por um crime de burla, um crime de abuso de confiança e dois crimes de falsificação de documento.
A mulher, uma professora do ensino secundário que disse estar atualmente a trabalhar em limpezas, confessou na íntegra e sem reservas os factos descritos na acusação, explicando que vendeu o recheio para pagar as rendas e comprar comida para os dois filhos de oito meses e 11 anos.
Naquela altura não tinha discernimento. Fi-lo por dois filhos e por uma necessidade enorme de sobrevivência”, afirmou a arguida, mostrando-se arrependida.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a mulher arrendou um apartamento em Santa Maria da Feira, em janeiro de 2017, indicando como fiador o seu ex-companheiro e fez o contrato para o fornecimento de água no nome daquele, sem o seu consentimento.
Nas duas situações, a arguida terá falsificado a assinatura do ex-companheiro.
O MP diz ainda que entre março e julho de 2017, a arguida retirou da referida habitação e levou consigo para parte incerta os móveis de cozinha e diversos eletrodomésticos, no valor de três mil, quatrocentos e trinta e cinco euros.
A mulher está ainda acusada de ter vendido uma placa de fogão que tinha retirado de uma outra habitação, onde tinha estado a viver com o ex-companheiro em Ovar.
A arguida já foi julgada e condenada no Tribunal de Ovar por um crime de abuso de confiança, por se ter apropriado de alguns objetos desta habitação, tendo-os vendido em proveito próprio.