Crise poderá aumentar pequena criminalidade - TVI

Crise poderá aumentar pequena criminalidade

Pistola

Aviso foi deixado pelo presidente do Observatório da Proliferação das Armas

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O presidente do Observatório da Proliferação das Armas alertou esta quarta-feira para o aumento da «pequena criminalidade» face à crise económica e defendeu uma articulação dos instrumentos já existentes para minimizar a situação.

«O aumento da criminalidade é um problema social», disse à Agência Lusa Fernando Roque Oliveira, presidente do Observatório da Proliferação das Armas, da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo que quinta-feira organiza uma audição pública com o tema «Armas e violência: um retrato português».

«Cenário de preocupação»

«Se não tivermos cuidado, se a crise se agravar, se o número de desempregados aumentar e se as pessoas continuarem entregues a si próprias, a pequena criminalidade, como o furto a residências, vai continuar a aumentar», adiantou, antevendo um «cenário de preocupação».

Segundo Fernando Roque Oliveira, o pequeno crime está relacionado com «pessoas desesperadas que precisam de sobreviver».

O responsável sublinhou que o Observatório está «preocupado» com a violência e lamentou que não exista uma «articulação dos instrumentos já existentes no terreno», que «naturalmente teriam um impacto maior do que as grandes medidas anunciadas».

Segmento da população que precisa de apoio

O presidente do Observatório avançou que as redes sociais existentes deviam «ser levadas até à sua exaustão para resolver o problema deste segmento da população que está a precisar de apoios».

Explicou que a rede social já está montada e tem actualmente uma dimensão nos concelhos que é «chefiada formalmente pelos presidentes das câmaras que delegam no vereador do pelouro social e que se estende até às freguesias com a forma de comissões sociais, e aí convergem não só as entidades do sector público, como também a sociedade civil».

«A questão das armas está a ser tratada em termos de segurança pura e a vertente social está a ser tratada com medidas avulsas e não há uma acção integrada do Governo central com a rede social», afirmou.

Com o tema «Armas e violência: um retrato português», o Observatório sobre a Produção, Comércio e Proliferação das Armas Ligeiras organiza a audição pública para assinalar o terceiro aniversário da publicação da Lei das Armas, que se completa segunda-feira.

Como está o processo?

Na iniciativa, o Observatório pretende também saber em que ponto está o processo das alterações à Lei das Armas, que neste momento se encontra em discussão na Assembleia da República.

Anunciada em Agosto de 2008, a alteração à Lei das Armas prevê a aplicação da prisão preventiva nos casos de crimes envolvendo uso de armas.

No encontro de quinta-feira estarão presentes o secretário de Estado da Administração Interna, Rui Sá Gomes, a alta-comissária para Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, e D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas e de Segurança.

O Observatório sobre Produção, Comércio e Proliferação de Armas Ligeiras é um organismo da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), entidade laical que funciona junto da Conferência Episcopal Portuguesa e que foi criada com a finalidade genérica de «promover e defender a Justiça e a Paz».
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