Suspeito de cultivar e vender canábis em Aveiro nega acusações - TVI

Suspeito de cultivar e vender canábis em Aveiro nega acusações

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  • 16 nov 2020, 15:23
Canábis

Perante o coletivo de juízes, o arguido, um cidadão chinês de 38 anos, negou qualquer envolvimento com a plantação e a titularidade do armazém onde estavam as estufas, adiantando que apenas se deslocou ali algumas vezes para regar as plantas

Um homem acusado de produzir e comercializar canábis em duas estufas em Aveiro negou esta segunda-feira no Tribunal local as acusações, admitindo apenas que aceitou enviar encomendas com droga para outros países para sustentar a família.

O arguido, que está a ser julgado pelos crimes de tráfico de droga e furto qualificado, foi detido em dezembro de 2019, quando se deslocou a uma transportadora na Maia e aí entregou uma caixa contendo mais de seis quilos de canábis, a fim de ser remetida como encomenda para um destinatário situado no estrangeiro.

O homem, que se encontra em prisão preventiva, disse ainda ter transportado seis vezes encomendas contendo droga no interior, adiantando que recebia 200 euros por cada quilo de droga que enviasse.

Questionado pela juíza presidente sobre a ligação elétrica ilegal que existia no armazém, disse que sabia que o patrão “estava a roubar a luz”.

A acusação do Ministério Público (MP) refere que desde pelo menos dezembro de 2018 e até 10 de dezembro de 2019, o arguido vem-se dedicando à comercialização internacional de canábis.

De acordo com a investigação, o arguido cultivava, preparava e enviava a droga para outros países, nomeadamente Finlândia, Holanda e Alemanha, através da remessa de encomendas, entregues a empresas de transporte de mercadorias.

No dia 19 de dezembro de 2019, no interior do armazém utilizado pelo arguido, as autoridades encontraram uma plantação de canábis, composta por duas estufas, as quais continham 669 plantas em vasos que pesava cerca de 155 quilos, suficiente para mais de 170 mil doses, além de vários artigos relacionados com o cultivo e transporte de produto estupefaciente.

A energia usada para manter em funcionamento o equipamento usado para a produção da droga provinha de uma ligação elétrica ilegal e direta a um posto de transformação, o que se traduz num prejuízo de 52 mil euros para o fornecedor de eletricidade.

A defesa acredita que este caso está relacionado com um grupo organizado que se dedica à produção de canábis em estufas instaladas em armazéns alugados, contratando cidadãos chineses para cuidar das plantações e enviar a droga através de transportadoras para o estrangeiro.

Nos últimos anos, as autoridades desmantelaram várias estufas de canábis em Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, Maia e Trofa.

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