Carjacking: PJ do Porto cria equipa específica

A Polícia Judiciária(PJ) do Porto pretende criar uma equipa de investigação dedicada em exclusivo ao «carjacking», roubo violento de veículos na presença do condutor, revelou uma fonte policial, citada pela Lusa.

«Há 90 por cento de hipóteses de concretizarmos o projecto», disse a fonte, não avançando, no entanto, datas concretas.

As medidas do Governo contra o carjacking

Esta intenção surge poucos dias depois de o Ministério da Administração Interna (MAI) ter recebido o relatório final de um grupo de trabalho com recomendações para combater este tipo de crime.

Surge também no dia em que o Parlamento vai realizar um debate sobre o tema, durante o qual o CDS vai apresentar um projecto de lei com 16 medidas, a mais importante das quais prevê o agravamento da moldura penal para o «carjacking».

Levantamento dos casos

A fonte sustentou ainda que a criação de uma equipa da PJ/Porto específica para combate ao carjacking começou a ser equacionada «muito antes» do generalizado alarme social que este tipo de crime tem provocado.

Segundo a fonte a PJ/Porto já está a fazer um levantamento dos casos de «carjacking», na área de intervenção da directoria, desde 2005.

O relatório que o MAI recebeu quinta-feira incluiu Porto e Braga - ambos territórios de investigação da Directoria da PJ/Porto - na lista dos quatro distritos portugueses onde ocorrem mais casos de «carjacking».

Um dos casos ocorridos no distrito do Porto afectou um agente da PJ/Porto, que não se encontrava em serviço.

O agente, de 35 anos, foi atingido na cara e numa mão na madrugada de 16 de Abril em Vermoim, Maia, por um homem encapuzado que lhe tentou roubar o carro. O tiro atingiu-lhe a mandíbula do lado direito e a mão com que tentou proteger a face.

O que motiva o carjacking

Em 2007, segundo o relatório do MAI, o «carjacking» aumentou 33 por cento face a 2006. No primeiro trimestre deste ano mantém-se a tendência de aumento deste tipo de crime.

No Norte, o «carjacking» ocorre, segundo a fonte, por três motivações distintas: para comercialização do carro ou das suas peças em mercado paralelo, para uso em assaltos ou simplesmente para proporcionar uma passeata.

É feito em geral por gente jovem, com acesso facilitado a armas, que disparam ao mínimo constrangimento.