Crime: polícias queixam-se de «falta de investimento» - TVI

Crime: polícias queixam-se de «falta de investimento»

Manifestação das Forças de Segurança (Foto Lusa)

Associações da PJ, PSP e GNR dizem que aumento de criminalidade «não é uma surpresa»

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As associações sócio-profissionais da PJ, PSP e GNR defendem que o aumento da criminalidade em Portugal em 2008 deve-se, principalmente, à «falta de investimento» nas forças de segurança.

Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ), disse à Agência Lusa que o aumento da criminalidade em 2008 «não é surpresa, mas apenas a confirmação de que o caminho que o país está a traçar na área da segurança não é o mais indicado».

«O problema fica a dever-se às más políticas neste sector e ao desinvestimento nas forças de segurança, que, consequentemente, levam ao aumento da criminalidade violenta», disse.

Mais agentes nas ruas

Para Carlos Anjos, é preciso aumentar o policiamento nas ruas, mas defende também uma alteração nas leis relativas à segurança e à criminalidade, que qualifica como «demasiado complexas», considerando «necessária uma simplificação» das mesmas.

Referiu-se, também, às políticas de imigração, para questionar: «Estão ou não a ser bem feitas?». O presidente da ASFIC/PJ referiu, a propósito, que 40 por cento dos homicídios a nível nacional estão relacionados com cidadãos estrangeiros.

Por sua vez, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), assume também que o aumento da criminalidade já era «previsível» e que «falta investimento a vários níveis» nas forças de segurança.

«Mas nós consideramos ainda que o cenário talvez seja pior do que aquele apresentado, porque sabemos que muita da criminalidade vivida nas ruas não é participada», referiu, também em declarações à Lusa.

«É preciso conhecer a verdadeira realidade, saber quem não participa ainda os crimes de que é alvo e investir nas forças de segurança, que podem inverter esta situação», acrescentou.

Quanto à Associação dos Profissionais da Guarda (APG), o respectivo presidente, José Manageiro, atribui ao aumento da criminalidade «aspectos de natureza social e fluxos de organizações criminais que têm afectado o país».

O dirigente da APG salientou, contudo, que isso não deve ser confundido com imigração.

«A verdade é que as nossas forças de segurança estão debilitadas, descredibilizadas e sem forças para combater essas organizações criminais, que se fortalecem a cada ano que passa», afirmou.

Para inverter a situação, José Manageiro disse à Lusa que «é preciso investir nas forças policiais, ao nível do seu estatuto e da sua formação».

72 horas de trabalho

Como exemplo, dá a Guarda Nacional Republicana (GNR), «cujos elementos chegam a trabalhar 72 horas seguidas e estão sem forças e desmotivados».

O Relatório Anual de Segurança Interna de 2008, divulgado esta sexta-feira parcialmente pelo «Diário de Notícias, revela que o crime violento aumentou 10,7 por cento e a criminalidade geral subiu 7,5 por cento no ano passado.
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