Imigrantes estão a sair de Portugal

A crise financeira mundial está a fazer com que vários imigrantes regressem aos seus países de origem, uma vez que não encontram emprego nos países de destino. O facto foi confirmado pelo Director Nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), ainda que não tenham sido adiantados números concretos.

«É preciso ver que a imigração se altera com bastante frequência, este movimento de entrada e saída de pessoas é constante, mas a crise tem tido efectivamente efeitos nos fluxos migratórios», disse Manuel Jarmela Palos, à margem do II Seminário luso-brasileiro sobre tráfico de pessoas e imigração ilegal.

Considerando que «ainda é muito cedo» para uma contabilização deste fenómeno, o responsável do SEF confirmou que esta força de segurança já tem mesmo «programas específicos de retorno de imigrantes que o queiram fazer de maneira voluntária».

Luta contra imigração ilegal é um «sucesso»

«É natural que efeito das dificuldades que estas pessoas possam sentir nos países de destino façam com que regressem aos seus países de origem. Portugal não é excepção do resto dos países da União Europeia. Está a acontecer em Espanha, está a acontecer em França, e esses países têm programas específicos de retorno», continuou.

Entre os imigrantes que estão a sair de Portugal nos últimos meses, destaque para a comunidade brasileira, conforme sublinhou o secretário executivo do Ministério da Justiça brasileiro.

«Quando há uma crise económica, o desemprego atinge primeiro os imigrantes e a tendência é procurar o retorno aos seus familiares, ao seu país», defendeu Luiz Paulo Barreto, exemplificando que 40 mil brasileiros que estavam no Japão regressaram nos últimos meses.

De Portugal ao Brasil «em 20 segundos»

O responsável brasileiro lembrou que «face ao crescimento do euro em relação ao dólar», houve «um deslocamento do fluxo migratório dos brasileiros dos EUA para a Europa e a entrada principal é Portugal». «Hoje temos 120 mil brasileiros em Portugal», mas a «tendência» é para o número diminuir com a crise.

Sem referir números, Luiz Paulo Barreto reconheceu que este fenómeno «pode estar a atingir comunidade portuguesa também no Brasil».