Candidatos a direções de museus e monumentos têm de criar "visão para dez anos" - TVI

Candidatos a direções de museus e monumentos têm de criar "visão para dez anos"

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  • 29 mai 2020, 10:06
Graça Fonseca

Equipamentos serão geridos num novo regime de autonomia

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, sublinhou esta sexta-feira que os candidatos às futuras direções de museus, palácios e monumentos terão de criar uma "visão para dez anos" daqueles equipamentos, que serão geridos num novo regime de autonomia.

Contactada pela agência Lusa a propósito da abertura de concursos internacionais para seleção de nove direções destas unidades tuteladas pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a ministra comentou que esta "visão" terá muito peso na avaliação do júri.

Nesta fase, são incluídos o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém, o Panteão Nacional, o Palácio Nacional da Ajuda/Museu do Tesouro Real, o Museu Nacional de Arqueologia, todos estes em Lisboa, o Museu Monográfico de Conímbriga-Museu Nacional, o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, o Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, e o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, que tem como anexo a Igreja das Mercês.

Sobre os projetos que os candidatos vão apresentar, Graça Fonseca salientou que "essa visão de como o equipamento se pode posicionar nos próximos dez anos é fundamental para um trabalho sustentado", já que os futuros diretores podem ter as suas comissões de serviço de três anos renovadas duas vezes.

Será dada uma importância muito central na forma como é visto o papel do equipamento no território, a gestão do património, a atenção a novos públicos, a programação e o serviço educativo", enumerou.

No quadro desta visão, que os candidatos vão apresentar no seu projeto, também será tido em conta "o trabalho a desenvolver em parcerias e com a comunidade, além do mecenato", acrescentou.

Todos estes aspetos terão bastante ponderação na avaliação da candidatura por um júri que será presidido pela DGPC, e reunirá vários especialistas.

Relativamente ao novo enquadramento jurídico, decorrente do regime aprovado no ano passado, a ministra da Cultura recordou que os diretores que vierem a ser escolhidos irão gerir os seus equipamentos em circunstâncias diferentes.

Terão mais autonomia a gerir o espaço, os horários de funcionamento, ou para realizar pequenas intervenções com um fundo de maneio", apontou.

Graça Fonseca comentou ainda que este processo, com o novo regime de autonomia de museus e monumentos, foi desenvolvido "num tempo muito diferente do atual, um tempo pré-pandemia covid".

Agora vivemos um momento muito dramático na cultura, e tenho estado a tomar medidas de emergência para estabilizar o setor. No entanto, não podemos cancelar o futuro, temos de manter os compromissos anteriores", afirmou.

Questionada pela Lusa sobre a atual situação dos museus nacionais, que reabriram em 18 de maio, depois de dois meses encerrados devido às rstrições exigidas pelo combate à pandemia, Graça Fonseca disse que tem estado a fazer um roteiro pelo país para acompanhar essa reabertura.

O regresso dos visitantes vai ser gradual, as pessoas estão a aderir lentamente", avaliou.

Os museus, palácios e monumentos reabriram com regras de segurança que exigem, entre outras, o uso de máscara no seu interior, distanciamento social e higienização das mãos e dos espaços.

Primeiros concursos de apoio a projetos deste ano da DGArtes abrem hoje 

 Os primeiros concursos de apoio a projetos deste ano da Direção-Geral das Artes, no valor de 2,8 milhões de euros, abrem hoje e contemplam atividades em formato presencial, virtual ou ambos, anunciou a ministra da Cultura.

De acordo com a ministra Graça Fonseca, em declarações à Lusa, o montante financeiro global de 2,8 milhões de euros dos concursos da Direção-Geral das Artes (DGArtes) de apoio a projetos nos domínios da Criação e Edição, da Programação e Desenvolvimento de Públicos, e da Internacionalização “significa um acréscimo de 780 mil euros em relação a 2019”.

São projetos que contemplam atividades em formato presencial, virtual ou combinação dos dois. Há aqui já uma adaptação, digamos assim, a uma realidade que é nova e que vai permanecer, de alguma maneira, e é uma novidade face ao aviso de 2019”, realçou a ministra da Cultura.

Estes três concursos contemplam todas as áreas artísticas desde o circo contemporâneo e artes de rua, a dança, a música e o teatro, nas artes performativas, à arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media, nas artes visuais, bem como o cruzamento disciplinar.

Para o concurso de apoio a projetos no domínio da Criação e Edição, com uma dotação de 1,7 milhões de euros, foram criados “quatro patamares diferentes de apoio: 10 mil euros, 20 mil, 30 mil e 40 mil”.

“Pela primeira vez vamos apoiar com estes patamares a área da Edição, que era uma área há muito reclamada para constar nos concursos de apoio da DGArtes”, salientou a ministra.

Também no concurso de apoio a projetos de Programação e Desenvolvimento de Públicos, com o valor de 700 mil euros, foram estabelecidos quatro patamares: 15 mil euros, 25 mil, 40 mil e 50 mil.

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