Vale e Azevedo: advogado inglês surpreendido - TVI

Vale e Azevedo: advogado inglês surpreendido

Vale e Azevedo  (Foto Lusa por António Cotrim)

Representante do ex-presidente do Benfica garante que enviou carta ao Tribunal da Boa Hora

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O advogado inglês de Vale e Azevedo admitiu esta quarta-feira desconhecer que a audiência para a realização do cúmulo jurídico foi adiada por falta de notificação, alegando que foi enviada uma carta ao Tribunal da Boa Hora, em Lisboa.

«Preferia que tivesse tido lugar, estou surpreendido que não tenha tido lugar», lamentou, em declarações à agência Lusa, Edward Perrott.

Tribunal adia caso Vale e Azevedo

Fonte judicial atribuiu de novo falta de confirmação da notificação do arguido, actualmente a residir na região de Londres, para o adiamento da audiência no Tribunal da Boa Hora, em Lisboa.

Segundo adiamento

Uma primeira audiência já tinha sido agendada para 18 de Fevereiro e adiada pela mesma razão. Na altura, Edward Perrott admitiu parte da responsabilidade, pois recebeu a carta. Contudo, ao reencaminhá-la por correio para o seu cliente, esta terá sido extraviada pelos correios britânicos.

Hoje, o causídico inglês garantiu que Vale e Azevedo, ex-presidente do Benfica, «enviou uma carta para o tribunal na semana passada a dizer que sabe da audiência e que quer que tenha lugar».

«Não estamos a atrasar»

«Do nosso lado não estamos a tentar atrasá-la», vincou, remetendo mais esclarecimentos para os advogados portugueses de Vale e Azevedo.

A audiência visa juntar numa só pena as várias condenações que já foram proferidas contra Vale e Azevedo: em 2006 foi condenado a sete anos e meio de prisão no «caso Dantas da Cunha», em 2007 o Tribunal Constitucional decidiu «transitar provisoriamente em julgado» o acórdão que o condenou a seis anos de prisão em cúmulo jurídico nos «casos Ovchinnikov e Euroárea», e também em 2007 foi condenado a uma pena de cinco anos de prisão no âmbito do «caso Ribafria».

Num documento elaborado pelo juiz Renato Barroso, este considerou o cúmulo jurídico do ex-presidente do Benfica deverá situar-se entre os seis anos e os 18 anos de prisão.

Contra o mandado de detenção

Vale e Azevedo cumpriu três anos e meio de cadeia mais dois anos e meio de prisão domiciliária e liberdade condicional.

A base da argumentação da equipa jurídica do ex-presidente do Benfica contra o mandado de detenção de que é objecto no Reino Unido é que o cúmulo jurídico deve ser feito na sua ausência e então se saberia se teria mais tempo a cumprir na prisão.

Por isso, Perrott manifestou-se surpreendido e insatisfeito por a audiência não se ter realizado.

Azevedo permanece sob termo de identidade e residência no Great Fosters Hotel, em Egham, a cerca de 35 quilómetros a oeste de Londres, sem passaporte nem autorização para viajar para o estrangeiro.

Um tribunal de primeira instância inglês deu provimento ao pedido de extradição a 27 de Novembro do ano passado.

João Vale e Azevedo aguarda a apreciação do recurso pelo Supremo Tribunal de Justiça inglês (High Court), à extradição para Portugal, cuja audiência continua sem data marcada.
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