Carnaval: máscaras e «bombinhas» causam 200 acidentes por ano - TVI

Carnaval: máscaras e «bombinhas» causam 200 acidentes por ano

Preparação para o Carnaval no Rio de Janeiro

DECO alerta para os perigos desta quadra

Há máscaras carnavalescas, fatos e certas brincadeiras explosivas que, em todos os Carnavais, causam cerca de 200 acidentes em menores de idade e merecem a atenção da PSP, alerta a Associação para a Defesa do Consumidor (DECO).

Em comunicado, a DECO lembra que, em relação às conhecidas «bombinhas» de Carnaval, designadas como «bombas de arremesso», a venda e utilização só podem ser feitas com autorização das autoridades competentes.

Cabe à Polícia de Segurança Pública (PSP) emitir as autorizações para aquisição e emprego desses produtos, mas só podem ser concedidas se as pessoas foram maiores de 18 anos, se as bombas não forem para fins lúdicos e as quantidades a adquirir forem justificadas.

A Agência Lusa visitou casas comerciais de venda de produtos de Carnaval mais conhecidas em Lisboa e obteve respostas diversas.

Na loja «PartyFiesta», «essas "bombinhas" estão à venda pela primeira vez este ano, mas não estão expostas ao público, porque só vendemos a maiores de 18 anos», explica uma responsável do estabelecimento.

Nas duas lojas do género mais conhecidas na Baixa-Chiado, a «La Bolsera» e a «Casa do Carnaval», o produto não se vende há muitos anos, segundo os comerciantes. Na primeira, uma responsável diz que nunca teve nada do género à venda e que chegou a ter visitas da PSP na sua loja, há dois anos.

E foi precisamente há dois anos que o jovem Ricardo Oliveira, de 12 anos, na altura com 10, comprou essas «bombinhas» pela primeira vez, numa loja perto da sua escola, nos arredores de Lisboa. «Nunca me magoei com elas, mas alguns amigos meus sim», conta.

A PSP informa que as licenças emitidas para uso de «bombas de arremesso» «são praticamente irrisórias». Além disso, refere ainda que qualquer pessoa que as queira utilizar tem de estar habilitado com Carta de Estanqueiro. Em Portugal, há 80 estabelecimentos licenciados que podem comercializar «bombas de arremesso».

Problema não está só nas «bombinhas»

Todavia, o problema não está só nas «bombinhas de Carnaval», como adianta a DECO.Há outros brinquedos utilizados, como máscaras, postiços e fatos de Carnaval, que não obedecem aos requisitos legais, por perigos de inflamabilidade, de toxicidade e por problemas na rotulagem.

Em Janeiro de 2008, a DECO comprou 15 fatos, perucas e máscaras e testou os produtos num laboratório, tal como havia feito em 2005. Os resultados não mudaram: seis perucas e máscaras foram eliminadas, por serem altamente inflamáveis, e cinco outros produtos chumbados, por falhas na rotulagem.

A PSP está a desenvolver durante esta quadra a operação «Carnaval Seguro», através de um folheto que está a ser distribuído por todo o país onde se advertem as crianças para os perigos de brincarem com artifícios pirotécnicos, tais como as conhecidas «bombinhas».

Já a DECO recomenda que não se comprem as perucas nem as máscaras chumbadas no teste que realizou em 2008 e que podem ser conhecidas através do seu gabinete de informação.
Continue a ler esta notícia