Mais de metade dos portugueses já apresentou queixas sobre erros médicos, indica um inquérito da Associação de Defesa do Consumidor DECO, divulgado esta quarta-feira, que defende um seguro obrigatório de responsabilidade civil para os profissionais de saúde.
No inquérito sobre a percepção de erros na área da saúde realizado pela Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO), em conjunto com as suas congéneres na Bélgica, Espanha e Itália, publicado na revista Teste Saúde, participaram 4 600 europeus, dos quais 1 575 são portugueses.
Mais de 60 por cento dos portugueses revelaram, de acordo com o inquérito, preocupação face à possibilidade de serem vítimas de más práticas, sendo que 58 por cento apresentaram queixa.
Cerca de um quinto dos portugueses considera, segundo a DECO, que o próprio ou um familiar foi vítima de erro relevante pelo menos uma vez nos últimos 10 anos, enquanto os que se abstiveram argumentaram que não valia a pena, pois o doente fica sempre a perder.
A DECO, para fazer face a este tipo de situações, exige que seja obrigatório para os profissionais de saúde um seguro de responsabilidade civil com indemnizações adequadas à realidade portuguesa.
A Associação de Defesa dos Consumidores defende também um regime de «responsabilidade objectiva inerente à actividade médica que possa diminuir o recurso aos tribunais e/ou acelerar decisões, ou seja, face a um dano, o doente é compensado através do seguro, sem ter de demonstrar a culpa dos profissionais».
Para que o doente possa provar o erro médico, deve ter livre acesso aos seus registos médicos e a uma segunda opinião de um profissional de saúde.
A DECO defende ainda um sistema de monitorização dos erros, que recolha e centralize a informação e emita propostas para melhorar a prevenção.
A associação lembra ainda que o doente que considere ter sido vítima de erro e negligência médica deve recorrer ao Livro de Reclamações, pelo que a queixa é depois remetida à Entidade Reguladora da Saúde.
Metade dos portugueses queixam-se de erros médicos
- Redação
- ACS
- 28 set 2011, 10:22
DECO defende um seguro obrigatório para os profissionais de saúde
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