Trânsito: passadeiras põem em causa segurança dos peões - TVI

Trânsito: passadeiras põem em causa segurança dos peões

Atropelamento (arquivo)

Das 35 passagens para peões inspeccionadas pela DECO em seis cidades, apenas nove obtiveram uma apreciação positiva

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26 das 35 passagens para peões inspeccionadas pela DECO em seis cidades, só nove obtiveram uma apreciação positiva. Em comunicado, a associação explica que «das 26 que chumbaram, 11 apresentavam falhas muito graves que põem em causa a segurança de quem atravessa».

Em Maio e Junho de 2010, os técnicos viajaram por Braga, Porto, Lisboa, Setúbal, Faro e Portimão, para inspeccionar passagens para peões. No total, visitaram 35 locais com e sem semáforos, com elevada taxa de trânsito ou peões ou perto de zonas urbanas centrais ou infra-estruturas importantes, como hospitais, interface de transportes públicos e escolas.

Em Lisboa, nenhum dos locais avaliados mereceu nota positiva. A única passagem bem avaliada foi encontrada em Portimão. Veja aqui os bons e maus exemplos

Entre as falhas detectadas estão a ausência de medidas que levem a uma redução da velocidade dos veículos, antes de se aproximarem da passadeira, com ou sem semáforos e tempos de espera e atravessamento irrealistas, que levam a que 63 por cento dos peões cheguem ao fim da passadeira já com o sinal vermelho. Também os carros estacionados junto às passagens, apesar de proibidos, por prejudicar a visibilidade do condutor, foram uma constante em vários cruzamentos.

Os técnicos da revista mediram a velocidade dos veículos e detectaram com valores excessivos: «em média, 45 km/hora, nas passagens sem semáforos, e 47 km/hora, nas que os têm». E realçam mesmo «uma mota circulava mesmo a 116 km/hora na Estrada da Circunvalação, no Porto, junto à passadeira».

600 peões atropelados em 2009

Segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, cerca de 6000 peões foram vítimas de atropelamento em Portugal, só em 2009. Destes, 126 morreram e 487 ficaram feridos com gravidade. Os dados revelam ainda que a maioria dos atropelamentos ocorreu dentro de localidades, em estradas nacionais e em arruamentos.

Para a associação de consumidores, «algumas medidas simples e baratas podem ser um primeiro passo para aumentar a segurança pedonal: por exemplo, a manutenção das passadeiras e a regulação dos tempos dos semáforos».

A DECO frisa que os resultados revelam que as autarquias têm de se empenhar mais para providenciar atravessamentos seguros. «São precisas medidas que levem a uma redução da velocidade dos veículos, antes de se aproximarem de uma passadeira para peões, com ou sem semáforos. Sinais luminosos intermitentes, pavimento anti-derrapante ou com textura diferente, zonas com velocidade máxima de 30 km/ hora, ecrãs com indicação da velocidade do veículo, lombas redutoras de velocidade e faixas sonoras são algumas das soluções eficazes a adoptar», diz a associação.

«Das passagens inspeccionadas são poucas as que usam algum destes meios», adianta a DECO.
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