Demissão em bloco na chefia do serviço de urgência do Garcia de Orta - TVI

Demissão em bloco na chefia do serviço de urgência do Garcia de Orta

  • Redação
  • VC - Última atualização às 00:10 de terça-feira
  • 26 jan 2015, 22:38

Sete chefes de equipa alegam que o risco de prestar um ato clínico com insegurança para os clientes atingiu um ponto «crítico e inaceitável»

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Os responsáveis pelo Serviço de Urgência Geral do Hospital Garcia de Orta, em Almada, demitiram-se, em bloco, esta segunda-feira, confirmou a TVI.

Os sete chefes de equipa pediram a demissão, em carta enviada ao conselho de administração do hospital.

Segundo o jornal «Sol», que cita a missiva, os médicos alegam como motivos da demissão o «agravamento das condições de trabalho», bem como «o risco do ato clínico» e «a segurança dos doentes», que «atingiu um ponto crítico e inaceitável» no serviço de urgência.

À Lusa, a administração do hospital disse que estão a ser tomadas medidas para «fazer face ao aumento nos internamentos» e «outras medidas concretas serão anunciadas amanhã [terça-feira]». Como as condições são «reversíveis», segundo a administração, há ainda a possibilidade de os clínicos recuarem no pedido de demissão, se essas medidas forem tomadas.

«Estas dificuldades neste hospital não são exceção. Há medidas que vão ser tomadas para resolver a situação», concluiu a fonte da administração do Garcia de Orta, lembrando que o aumento do número de doentes é generalizada nos hospitais portugueses.

Há dois dias, mais cem pessoas manifestaram-se à porta daquela unidade de saúde, a pedir a demissão do ministro Paulo Macedo, por causa das mortes ocorridas nas urgências em hospitais portugueses.

Só no Garcia de Orta, morreram duas pessoas em apenas uma semana: uma senhora de 89 anos, que esteve nove horas à espera para ser atendida; e um  homem de 60 anos que, quando passou pela triagem, recebeu pulseira amarela, mas acabou por morrer com um enfarte três horas depois.

O Garcia de Orta abriu investigação interna às duas mortes, concluindo, no caso do senhor que faleceu, que «o doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte».

A reportagem da TVI testemunhou o caos vivido em cinco hospitais, entre os quais este, com relatos de muitas horas de espera, doentes internados durante quatro dias, em plena urgência, à espera de vaga no serviço. 

 
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