Garcia de Orta: demissões são «situação de extrema gravidade» - TVI

Garcia de Orta: demissões são «situação de extrema gravidade»

Hospital [Foto: Lusa]

Câmara de Almada reage às demissões dos chefes dos serviços de urgência do hospital e culpa o ministério da Saúde

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A Câmara de Almada defendeu esta terça-feira que o pedido de demissão de sete chefes do serviço de urgências do Hospital Garcia de Orta comprova a falta de condições naquele serviço e configura uma «situação de extrema gravidade».

«As razões que levaram à demissão dos responsáveis pelos serviços de urgência do Hospital Garcia de Orta comprovam a falência das condições de atendimento e de trabalho nas urgências daquela unidade de saúde do concelho de Almada», refere um comunicado divulgado esta terça-feira pela autarquia, que também aponta o alegado «desinvestimento» na área da saúde.

«As circunstâncias em que ocorrem estas demissões no Hospital Garcia de Orta confirmam, igualmente, a total incapacidade do ministro da Saúde em dialogar com os parceiros», acrescenta o comunicado, que reitera as críticas ao governante pela recusa aos sucessivos pedidos de audiências que lhe foram dirigidos pelos autarcas da região de Setúbal.

A tomada de posição da Câmara de Almada, no distrito de Setúbal, surge na sequência da demissão de sete chefes de serviço de Urgências do Hospital Garcia de Orta, onde ocorreram várias mortes de doentes que terão estado demasiado tempo à espera de atendimento médico.

A Federação Distrital do PS de Setúbal também responsabiliza o Governo pela situação que levou ao pedido de demissão dos sete chefes de serviço, considerando que se trata de uma decisão que resulta da «ação direta do Governo no setor da saúde» e do alegado «desinvestimento nos cuidados de saúde primários, levando a que haja hoje menos cidadãos residentes no distrito de Setúbal com acesso a médico de família», de acordo com a Lusa.

Em comunicado divulgado pouco depois de ser conhecido o pedido de demissão dos sete médicos, o CDS/PP de Almada lamenta as mortes ocorridas no serviço de urgências do Hospital Garcia de Orta, mas adverte que se deve aguardar pelo apuramento de responsabilidades e evitar «conclusões abusivas e especulativas antes de se apurarem factos e/ou responsabilidades».

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do tejo (ARSLVT) já reconheceu, também em comunicado, que houve um aumento da afluência de doentes na ordem dos cinco por cento e um acréscimo muito significativo, de cerca de 30 por cento, do número de doentes internados a partir do Serviço de Urgência, sobretudo doentes maioritariamente idosos e com múltiplas patologias.

A ARSLVT garante, no entanto, que o Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, em articulação com a direção médica do Hospital, está a delinear um conjunto de medidas com vista ao aumento da capacidade de internamento do Hospital.

De acordo com a ARSLVT, o Hospital Garcia de Orta está também a trabalhar com os Centros de Saúde de Almada e do Seixal para reforçar o apoio domiciliário e o aumento da capacidade de resposta à doença aguda.

O Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta promete dar a conhecer ainda hoje uma tomada de posição sobre os pedidos de demissão dos sete chefes do Serviço de Urgências.
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