Dia Mundial da Saúde «contra» antibióticos

A Ordem dos Médicos Dentistas apelou esta quinta-feira a uma prescrição racional de antibióticos, considerando que estes profissionais contribuem com 10 por cento das receitas destes medicamentos, escreve a Lusa.

O Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala, é dedicado ao combate ao uso indevido de antibióticos.

«Se os profissionais da medicina dentária, juntamente com outros profissionais da saúde, racionalizassem o número de receitas de antibióticos, a taxa ao desenvolvimento da resistência [a estes medicamentos], poderia ser abrandada», segundo um documento da Federação Dentária Internacional, subscrito pela Ordem.

Aliás, os dentistas são, a seguir aos médicos, os maiores prescritores de medicamentos e também de antibióticos, com 10 por cento das receitas.

Em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, disse ainda esperar que a prescrição electrónica de medicamentos, quando entrar em vigor, possa contribuir para um uso mais racional dos antibióticos.

«A prescrição electrónica, ao dotar os médicos dentistas de um conjunto de informação em termos de dosagem, de quantidade e das alternativas disponíveis, vai no sentido de melhorar a racionalização na prescrição de antibióticos», afirmou.

Para Orlando Monteiro da Silva, «os dentistas, enquanto segundo prescritores de medicamentos, têm de estar envolvidos nesta estratégia da Organização Mundial da Saúde» para combater o uso indevido de antibióticos.

Os portugueses gastam uma média de sete milhões de euros por mês em antibióticos, sendo Portugal o sexto país da Europa com maior consumo deste tipo de medicamentos.

Segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), nos últimos cinco anos foram gastos, em média, por ano, mais de 100 milhões de euros em antibacterianos.

Para a Organização Mundial da Saúde o uso excessivo de antibióticos é um problema porque a resistência aos tratamentos é cada vez maior e muitas infecções são agora mais difíceis de curar. E não tem dúvidas em defender, por exemplo, o reforço da vigilância, prevenção e controlo de infecções promovendo o uso racional de fármacos.