Alcoolismo e toxicodependência com falhas nas Forças Armadas - TVI

Alcoolismo e toxicodependência com falhas nas Forças Armadas

Forças Armadas

Faltam 21 técnicos na unidade de tratamento de dependências das Forças Armadas, cerca de 40% do quadro de pessoal. Chefe de Estado Maior reconhece falta de recursos que afetam a estrutura militar do país

Em 2015, a unidade de tratamento de dependências das Forças Armadas atendeu metade dos doentes a quem, em média, presta assistência. Tudo por causa da carência de meios humanos, cuja resolução ainda não é conhecida.

De acordo com a diretora da Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependência e Alcoolismo (UTITA), pertencente ao Hospital das Forças Armadas, Maria Halpern Diniz, existe “uma grande carência ao nível de quadro, tanto a nível de pessoal militar como civil”.

O quadro é composto por 29 funcionários, mas faltam 21. As falhas, algumas das quais com 18 anos, vão sendo colmatadas ao nível das prestações de serviços.

Em parte, devido a esta carência de meios humanos, a UTITA recebeu em internamento 27 doentes, quando, em média, são internados 49 por ano.

Trabalhamos graças à boa vontade dos profissionais que cá estão e acho que nada tem faltado aos utentes”, disse aos jornalistas, Maria Halpern Diniz, no final de uma visita do ministro da Saúde e da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos à unidade.

"Não podemos dar resposta a tudo"

Presente na cerimónia, o Chefe de Estado-Maior, Artur Neves Pina Monteiro, disse que “a prestação de serviços é uma forma de colmatar faltas e vai continuar a ser”, admitindo haver falta de recursos que “afetam as Forças Armadas”.

Não podemos dar resposta a tudo, temos prioridades”, disse, acrescentando que “está em curso um processo concursal que segue os seus tramites legais”.

Dependências complicadas 

O álcool, nas faixas etárias mais elevadas, e as substâncias tóxicas, nos mais novos, são as principais dependências que chegam à UTITA.

Por ter sido criada no âmbito da Marinha, à UTITA continuam a chegar muitos militares deste ramo das Forças Armadas, mas também provenientes das forças de segurança (GNR e PSP) e civis.

Para Maria Halpern Diniz “as consequências de um consumo a nível militar podem ser mais complicadas” do que em outras profissões.

O ónus está na saúde, mas vai interferir no desempenho das suas funções, coloca em causa a segurança militar e afeta o cumprimento das missões”, adiantou.

Em consonância, sobre esta questão, esteve o Chefe de Estado Maior general das Forças Armadas.

Estas situações têm no âmbito militar uma outra dimensão mais critica, porque afeta a segurança militar”, salientou Pina Monteiro.

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