"Só pensei que morria". Como está o Baixo Mondego um mês depois das cheias - TVI

"Só pensei que morria". Como está o Baixo Mondego um mês depois das cheias

  • Carla Rodrigues
  • 22 jan 2020, 22:49

Um mês depois das cheias, as populações do Baixo Mondego ainda tentam regressar à normalidade. Contabilizam-se estragos e prejuízos

A invasão da água foi esmagadora no Baixo Mondego. Milhares de hectares ficaram submersos, centenas de pessoas tiveram de abandonar as casas. A TVI esteve nos concelhos de Montemor-o-Velho e Soure, dois dos mais afetados pelas cheias de dezembro passado.

Tenho 72 anos e nunca me lembro de a água ter passado pelos carris do comboio”, lembrou Maria Maia. Ainda deu pela chegada da água, mas soltou o cão e foi para casa da filha. Só regressou quando tudo estava mais calmo.

Eu só pensei que morria”, recordou. “As minhas vizinhas dizem-me que até parece que envelheci com a água”, conta Maria à TVI.

Com o tempo, as memórias vão sarando. “Estou um pouquinho mais tranquila”, confessa. Mas já não é “aquela Maria que era”. Deixou de ir à missa e, desde que tudo aconteceu, nunca mais foi visitar os pais ao cemitério. “Parece que não tenho coragem”, admite Maria.

Outra vítima das cheias foi José Pimentel. Também ele teve que abandonar a sua casa, em Formoselha, no concelho de Montemor-o-Velho. A moradia esteve submersa duas noites e um dia. Os estragos, calcula, nunca serão “menos de 30 mil euros”.

Esta situação que eu estou a passar não a desejo a ninguém”, desabafou José Pimentel.

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