Treinadores salvam homem de 69 anos em ginásio de Lisboa - TVI

Treinadores salvam homem de 69 anos em ginásio de Lisboa

Ginásio

O atleta treinava na passadeira quando sofreu uma paragem cardiorrespiratória. Os professores demoraram 2 minutos e 40 a trazê-lo à vida

Um homem de 69 anos sofreu, esta sexta-feira de manhã, uma paragem cardiorrespiratória, enquanto treinava no Ginásio Clube Português (GCP), em Lisboa. A pronta assistência dos treinadores que estavam na sala das máquinas fez com que o homem recuperasse totalmente a consciência, ainda antes da chegada do INEM.

Passaram 2 minutos e 40 segundos até a situação ser revertida. Começámos logo as manobras de reanimação, enquanto um dos professores foi buscar o DAE [desfibrilhador automático externo]. Esta questão do timing é muito importante. Quanto mais cedo agirmos, maiores são as hipóteses de sobrevivência”, sublinha Cristina Caetano, responsável pela Direção de Exercício e Saúde do GCP e presidente da Associação de Fisiologista do Exercício.

De acordo com a responsável, “antes de o INEM chegar, já a vítima estava consciente e a falar”. “Chegou o INEM, que chamou a VMER e o registo cardiográfico feito pela médica da VMER já se revelou normal”, conta Cristina Caetano à TVI24.

O caso foi revelado na página do Facebook do Salvar mais Vidas, um movimento cívico que se tem debatido por uma maior implementação dos DAE em instituições frequentadas por um grande número de pessoas, assim como pela formação da sociedade civil para aplicar manobras de reanimação e agir enquanto não chegam os meios de socorro.

A vítima foi conduzida ao hospital para ser observada, mas encontra-se livre de perigo.

Está provado que a sociedade é a responsável pelos primeiros elos da cadeia de socorro. Este é um excelente exemplo disso mesmo. Este caso vai aumentar a taxa de sobrevivência, graças à sociedade civil. A sociedade civil é a primeira responsável e a primeira beneficiada”, sublinha Gabriel Boavida, um dos fundadores do movimento Salvar mais Vidas.

Portugal regista em média 10 mil paragens cardiorrespiratórias por ano. A taxa de sobrevivência é atualmente de 3%, muito abaixo da média europeia.

Este ano, de certeza que irá subir e graças ao trabalho, nos primeiros elos da cadeia, da sociedade civil. Já tivemos o caso de uma menina que entrou em paragem cardiorrespiratória à porta de uma escola de Sintra e que sobreviveu porque foi reanimada pela professora da escola, que, por sinal, está equipada com DAE, na sequência do programa de desfibrilhação existente no município de Sintra”, lembra Gabriel Boavida.

O relatório do Grupo de Trabalho de Revisão do Plano Nacional de Desfibrilhação sugere mais formação nas escolas e, por exemplo, quando se tira a carta de condução. O grupo sugere ainda a obrigatoriedade de formação em determinados grupos profissionais, tais como profissionais de saúde, bombeiros, polícias ou militares da GNR.

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O Ginásio Clube Português já tem um programa de Desfibrilhação Automática Externa implementado desde 2011. Todos os treinadores têm formação em suporte básico de vida e, garante Cristina Caetano, “há sempre um professor na sala habilitado a operar um DAE”.

A nossa preocupação em torno da segurança dos nossos atletas não é de agora. Claro que quando implementámos o programa, em fevereiro de 2011, nunca pensámos que o iríamos aplicar. Foi a primeira vez que foi necessário e esperamos que tenha sido a última”, sublinha.

Cristina Caetano faz questão de tranquilizar o público em geral: “Estas situações são, felizmente, muito raras. Praticar uma atividade física, seja em ginásio, seja na rua, seja em casa, desde que devidamente acompanhado, é fundamental. Para bem da saúde de todos nós. Que situações como a que nos aconteceu ontem não impeçam ninguém de fazer o melhor pela sua saúde.”

 

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