O PCP acusou esta terça-feira a administração da linha de atendimento «Saúde 24» de ter mentido aos deputados sobre as razões que levaram ao despedimento de oito trabalhadores e requereu que estes venham ao Parlamento explicar «a sua versão», avança a agência Lusa.
«O PCP propôs à comissão parlamentar de Saúde que tomasse duas posições: a tomada de uma posição de censura pública à empresa em causa, confirmando-se que mentiu aos deputados da comissão e dando conhecimento disso ao ministério, e a marcação de uma audiência com o grupo de profissionais afastados pela empresa que gere o serviço ¿Saúde 24¿», afirmou o líder parlamentar dos comunistas, Bernardino Soares.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Bernardino Soares acusou a administração da linha de atendimento de ter proferido «mentiras claras que foram desmentidas logo a seguir pelos trabalhadores» despedidos, numa audição da comissão parlamentar de Saúde.
«[O PCP quer] ouvir a versão dos trabalhadores para que se ponha fim a este chorrilho de mentiras», acrescentou Bernardino.
«Reagimos com inequívoco repúdio a esta situação e exigimos que os seus autores sejam responsabilizados», criticou o deputado comunista.
Oito enfermeiros despedidos
Na semana passada, oito enfermeiros da Linha Saúde 24 acusaram a administração, a cargo da empresa Linha de Cuidados de Saúde (LCS), de estar a despedi-los por terem denunciado o «caos organizativo» da instituição, o que foi negado pela empresa.
Segundo a LCS, desse grupo de enfermeiros, seis foram entretanto readmitidos na empresa, um colaborador manifestou desinteresse na continuidade da prestação de serviços e um enfermeiro ainda não foi readmitido por «indisponibilidade de agenda».
Fonte da empresa afirmou à Lusa que dois enfermeiros retomaram funções no início desta semana.
O administrador da empresa Ramiro Martins negou as «irregularidades» que têm sido apontadas pelos enfermeiros, destacando o «alto grau de satisfação dos cidadãos quanto ao serviço»: 99 por cento dos cidadãos recomendam o serviço.
Ramiro Martins defendeu que os oito enfermeiros foram dispensados inicialmente depois de um processo de avaliação de desempenho que «não revelou índices de performances adequados».
«Saúde 24» acusada de mentir pelo PCP
- Redação
- AP
- 10 mar 2009, 16:10
Partido quer ouvir trabalhadores visados sobre despedimentos na empresa
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