Misericórdia do Fundão: ex-provedor, três filhas e dois genros acusados de peculato - TVI

Misericórdia do Fundão: ex-provedor, três filhas e dois genros acusados de peculato

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Em causa, alegado desvio de verbas da instituição para contas pessoais

O Ministério Público (MP) acusa o antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, Manuel Correia, três filhas e dois genros, de peculato, por alegadamente se terem apropriado de pelo menos 102 mil euros da instituição.

Segundo a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, o provedor faria transferências mensais de uma conta paralela à contabilidade da Santa Casa, criada em 1993, para contas particulares dos familiares, como se estes trabalhassem para a Misericórdia.

A acusação regista transferências para a conta de uma filha desde 1996 até 2002, num total de 55 961 euros. Para outras duas contas, de duas filhas e respectivos genros, terão sido transferidos 36 237 euros e 10 524 euros, entre 2000 e 2002, refere a acusação.

O Ministério Público considera que os arguidos «decidiram de comum acordo apropriar-se de dinheiro que era da Santa Casa».

Os montantes transferidos mensalmente oscilavam entre os 72 mil e os 340 mil escudos, surgindo os valores mais altos nos meses de férias e Natal, tal como acontece com os ordenados.

Apesar de haver rumores sobre as transferências ilegais, inclusivamente referenciadas numa carta anónima, em 2002, o provedor nunca foi contestado na instituição, dado o «temor reverencial com que era visto pela generalidade dos funcionários», escreve-se ainda na acusação.

Manuel Correia é também acusado de falsificação de documentos. O antigo provedor terá apresentado documentos irregulares para receber mais de 10 mil euros da Misericórdia do Fundão e da União das Misericórdias Portuguesas a título de despesas, entre 2004 e 2007.

As investigações na Santa Casa da Misericórdia do Fundão foram desencadeadas por uma denúncia feita pela comissão administrativa que, em 2008, passou a dirigir a instituição. A Polícia Judiciária deu a investigação por concluída em Agosto de 2010, altura em que propôs ao Ministério Público a acusação do ex-provedor da Misericórdia do Fundão e familiares.
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