Líder da ETA capturado esteve em Portugal - TVI

Líder da ETA capturado esteve em Portugal

Líder da ETA detido em França

Foi uma estadia de vários meses. O que esteve Jurdan Martitegi Lizaso cá a fazer ainda está a ser investigado

Relacionados
Actualizada às 11:19

O recém-capturado chefe militar da ETA, Jurdan Martitegi Lizaso, terá passado vários meses em Portugal, na Primavera e Verão de 2007, quando colaborava com o comando Vizcaya, um dos principais da organização, disseram esta terça-feira fontes policiais espanholas.

De acordo com fontes contactadas pela Lusa em Madrid, «há indícios bastante fortes» de que Martitegi «esteve em Portugal (...) alguns meses», na Primavera e Verão de 2007, estando ainda «a ser investigadas» as circunstâncias dessa estada.

«Tem-se falado pontualmente da possível tentativa da ETA instalar uma infra-estrutura logística em Portugal. Mas até ao momento, além de alguns movimentos logísticos, como o roubo de carros, não há qualquer outro indício de que isso tenha acontecido», sublinhou uma fonte da luta anti-terrorista em Madrid.

As mesmas fontes dizem não saber o que Martitegi esteve a fazer em Portugal, escusando-se a confirmar a zona do país onde poderá ter estado. Ainda assim, a visita a Portugal ocorreu numa altura em que Martitegi - detido no fim-de-semana em França - liderava com Arkaitz Goikoetxea (detido no passado) o comando Vizcaya, o mais activo desde o fim da trégua declarada pela ETA.

Auto de Garzón refere presença em Portugal

Um auto do juiz Baltasar Garzon, de Julho de 2008, menciona a presença em Portugal do recém-capturado líder militar da ETA. Nesse documento de «diligências prévias», obtido pela Lusa, Garzon sustenta que Martitegi e Arkaitz Goicoechea (então seu companheiro no comando Vizcaya, um dos mais activos da ETA) estiveram em Portugal em 2007, a mando de Garikoitz Aspiazu (Txeroki), na altura responsável militar pela ETA.

«Receberam ordens para realizar um estudo de possíveis infra-estruturas em Portugal, com o objectivo de estabelecer ali uma base permanente de actuação», lê-se no auto de Garzon.

«Para isso deslocaram-se à zona de Lisboa, onde alugaram casas, roubaram informações e veículos, incluindo o Seat Ibiza usado para fugir do atentado contra a Casa Quartel de Durango, tendo ainda preparado placas de matrícula falsas», refere ainda o documento do juiz espanhol.

No auto, Garzón decreta a prisão preventiva e incondicional de vários líderes da ETA, detidos em 2008, entre os quais Goicoechea.

Comando Vizcaya responsável por maioria de atentados

Tanto Martitegi como Goikoetxea participaram «activamente no recrutamento de colaboradores e a preparar a infra-estrutura da célula para começar a atentar», segundo vários relatos da imprensa espanhola.

O comando Vizcaya acabou por ser o que mais atentados cometeu em Espanha entre Fevereiro de 2007 e Junho de 2008, altura em que foi desarticulado.
Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE