Os casos confirmados de sarampo no Norte do país passaram de 21 para 25, de quinta para esta sexta-feira, segundo um comunicado da Direção-Geral de Saúde (DGS) a que a TVI24 teve acesso. No total, desde que o surto irrompeu, há uma total de "72 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação laboral ao Hospital de Santo António, no Porto".
Dos 72 casos notificados, 25 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 15 foram infirmados", refere o comunicado da DGS, que realça o facto de apenas 15 situações terem sido despistadas como não tendo sinais da doença infecciosa.
Além dos casos identificado até esta sexta-feira, a DGS salienta que "os restantes casos aguardam resultado laboratorial".
Todos os casos são adultos, estando 3 internados em situação clínica estável", refere o comunicado.
O surto de sarampo já levou 700 pessoas a serem vacinadas só no Hospital de Santo António, no Porto, nos últimos dois dias.
40% não vacinados
O comunicado da DGS salienta ainda que, das 25 pessoas infetadas com sarampo, cinco não tinham vacinação, quatro tinham o esquema vacinal incompleto e uma apresentava uma situação desconhecida. Por exclusão de partes, há 15 doentes, 60% do total, sobre os quais a autoridade sanitária não refere se terão sido vacinados, embora se possa deduzir isso.
A DGS salienta, contudo, que "até às 17 horas do dia 16 de março, foram administradas 865 doses de vacina VASPR (sarampo, parotidite e rubéola) a profissionais do Hospital de Santo António" e "está em curso a vacinação de doentes internados", assumindo assim que a maioria dos casos diagnosticados com sarampo e suspeitos tem ligações à maior unidade hospitalar da cidade do Porto.
Em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso", salienta uma vez mais o comunicado da DGS, onde se acentua também que, "as pessoas que já tiveram sarampo estão imunizadas e não voltarão a ter a doença".
Mais casos
Desde que a DGS assumiu estar o norte do país sob um surto de sarampo, "uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas", o Hospital de Santo António foi confirmado como um pólo onde a infecção tem proliferado.
Além da intensificação da vacinação entre o pessoal hospitalar, a DGS assume que a maioria dos casos continua a ser de quem tem "ligação laboral ao Hospital de Santo António, no Porto".
Esta sexta-feira, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, admitiu que poderá haver novos casos de sarampo, apesar de "não haver indício de que [o vírus] esteja descontrolado", estando "em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos".