Há 302 surtos de covid-19 no país. Norte e Lisboa são as piores regiões - TVI

Há 302 surtos de covid-19 no país. Norte e Lisboa são as piores regiões

Existem, neste momento, 51 surtos de covid-19 ativos em lares. Graça Freitas está a ser ouvida na comissão parlamentar conjunta da Saúde e Trabalho e Segurança Social

Portugal tem 302 surtos ativos no país, a maior parte no Norte, todos eles caracterizados pelas autoridades de saúde. Quem o disse foi a diretora-geral da Saúde, esta quarta-feira, no Parlamento.

Graça Freitas, que está a ser ouvida na comissão parlamentar conjunta da Saúde e Trabalho e Segurança Social , explicou que dos 302 surtos ativos identificados até terça-feira, 123 são na Região Norte, 33 no Centro, 106 em Lisboa e Vale do Tejo, 17 no Alentejo e 23 no Algarve.

Estão todos tipificados. Sabemos onde estão e como aconteceu, se foi numa festa de casamento, num restaurante ou numa peregrinação, e também quem são os contactos próximos”, explicando que só ao fim de 28 dias sem casos novos é que as autoridades dão os surtos por resolvidos.

51 surtos ativos em lares

Existem, neste momento, 51 surtos de covid-19 ativos em lares por todo o país. Dez situam-se no Norte do país, dois na Região Centro, 35 em Lisboa e Vale do Tejo, três no Alentejo e outros três no Algarve.

A este respeito, Graça Freitas frisou que “não é o mesmo falar em surtos e em casos” e disse que o grande desafio das autoridades é ”o momento cego”, ou seja, aquele em que a pessoa pode estar ainda no período de encubação da doença ou ter ainda baixa carga vírica e não dar positivo nos testes.

Mesmo quando há um teste negativo, isso não garante que pessoas não estejam em encubação da doença. É esse o grande desafio”, afirmou a responsável, sublinhando que no próximo inverno “o país não vai ser igual” pois “há regiões mais afetadas em termos comunitários e onde a circulação do vírus é mais ativa”.

Questionada sobre os lares ilegais, disse que apenas “os colegas no terreno conseguem identificar essas situações”, mas sublinhou que a atuação das autoridades de saúde para com os lares é igual, sejam eles legais ou ilegais.

Lar de Reguengos de Monsaraz: "Não houve inação das autoridades"

Um dos temas abordados da comissão parlamentar, foi a forma como foi gerido o surto no Lar de Reguengos de Monsaraz. Sobre o caso do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz (Évora), onde morreram 18 pessoas (16 utentes, uma funcionária do lar e um habitante da comunidade), Graça Freitas afirmou que “não houve inação das autoridades” e que “houve várias visitas” para verificar se o lar ia corrigindo as situações detetadas e aplicando as recomendações das autoridades.

Em Reguengos foram encontrados muitos constrangimentos, mas houve sempre esforços para resolver. Não enjeito responsabilidades, mas também não atiro responsabilidades para ninguém”, disse.

Questionada sobre se era verdade que o delegado de saúde local não tinha visitado pessoalmente o lar na altura do surto, em junho, Graça Freitas respondeu que a autoridade de saúde “pode delegar em pessoas da sua equipa” o acompanhamento de surtos ou visitas.

Não houve uma intervenção milagrosa, mas não houve inação de todos os intervenientes, foram colmatando as dificuldades que foram encontrando, inclusive houve pessoas da própria instituição (cujo número era muito reduzido) que adoeceram e estiveram em quarentena e teve de se ir à bolsa de recrutamento”, disse Graça Freitas, lembrando que foram contactadas neste caso mais de 600 pessoas para encontrar 35 e, destas, muitas tinham mais de 60 anos.

A responsável disse ainda que está a ser preparado um reforço de unidades de saúde pública com pessoas de áreas “afins com a saúde” e que, treinadas e sob orientação, podem aplicar inquéritos epidemiológicos, acompanhar e fazer pedagogia.

Graça Freitas está a ser ouvida no âmbito de um requerimento do CDS-PP.

Continue a ler esta notícia