Governo não quer “impedir a mobilidade das pessoas” em semana de feriados - TVI

Governo não quer “impedir a mobilidade das pessoas” em semana de feriados

António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, garantiu que o Governo não iria reforçar o policiamento durante os feriados e que acredita que "as normas da Direção-Geral da Saúde vão continuar a ser cumpridas"

Em semana de feriados os portugueses têm por hábito aproveitar para ir à praia, passear ou mesmo fazer deslocações para fora do concelho de residência. Na habitual conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica no país, foi questionado se o Governo, em conjunto com as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), iria reforçar o policiamento nas ruas, estradas e portagens. António Lacerda Sales foi claro na resposta.

Não queremos impedir a mobilidade das pessoas, mas essa mobilidade tem de ser feita com responsabilidade (…) e acreditamos que as normas da Direção-Geral de Saúde vão continuar a ser cumpridas”, referiu o secretário do Estado da Saúde.

Nas últimas 24 horas, Portugal registou mais seis mortos e 192 novos casos de infeção por Covid-19. O governante acautelou para os números "aparentemente animadores", uma vez que se devem manter "nas grandeza dos dias anteriores".

Os números são aparentemente mais animadores, mas a experiências mostra-nos que à segunda-feira regista-se uma certa subnotificação de casos devido ao fim de semana, que não podemos deixar de ter em conta" e acrescentou "estima-se que os números se mantenham na ordem de grandeza dos dias anteriores e espera-se que leve ainda algum tempo até que comece a haver um decréscimo significativo".

Os concelhos de Loures, Odivelas, Amadora e Lisboa são os casos mais preocupantes e estão com "as atenções redobradas". Recorde-se que foi na região de Lisboa e Vale do Tejo que se registaram 78% dos novos casos desta segunda-feira.

Temos vencido coletivamente os nossos medos, certamente não nos vamos deixar derrotar por excessos de confiança”, sustentou.

O secretário de Estado da Saúde afirmou que “várias centenas de pessoas” tiveram se ser realojadas em estruturas de apoio, como pousadas de juventude, por não terem condições habitacionais para cumprirem o isolamento.

Tivemos mais de 1.000 camas disponíveis e preparadas para acolher se houvesse necessidade e foram várias centenas de pessoas que tiveram de ser realojadas nestes locais”, disse Lacerda Sales.

As autoridades de saúde tiveram desde o início várias estruturas preparadas como as pousadas de Juventude de Lisboa, de Oeiras, de Almada, de Setúbal o Inatel da Foz do Arelho, o Inatel de Almada, a base militar da Ota a Base Naval do Alfeite e até o Hospital de Belém que ainda está preparado para essas situações.

Nenhuma destas estruturas ficou completamente cheia e, portanto, continuam disponíveis caso existam determinações por parte das autoridades de saúde pública para realojamento seja de doentes positivos, seja de doentes negativos, quando os positivos ficam em casa”, sublinhou o secretário de Estado da Saúde.

De acordo com o governante, desde 1 de março foram realizados 936 mil testes de diagnóstico e a média da última semana foi de 13.100 testes por dia.

Fruteira no Bombarral "vai continuar a laborar"

Esta segunda-feira subiu de 11 para 20 o números de trabalhadores infetados com Covid-19 na central fruteira "O Melro", no Bombarral. Num comunicado conjunto, a Câmara Municipal e a empresa informaram que tinham sido testados 274 funcionários.

Lacerda Sales garantiu que a situação estava a ser acompanhada pela DGS e que a autoridade de saúde local se dirigiu à central e entendeu que a empresa poderia continuar a laborar com as devidas medidas de segurança.

Dualidade de critérios nos ajuntamentos em Lisboa

Rui Rio criticou, esta segunda-feira, o Governo questionando-o sobre a dualidade de critérios que permitem ajuntamento de esquerda e não permitem outros, como missas e jogos de futebol, numa clara referência à manifestação contra o racismo, realizada no fim de semana, e que juntou centenas de pessoas em Lisboa.

O secretário de Estado da Saúde escusou-se fazer comentários sobre figuras da esfera política, dizendo apenas que "tudo aquilo que aconteça, seja feito com as regras e diretrizes da DGS”.

Reabertura das escolas e das creches tem sido pacífica

A reabertura das escolas e das creches tem sido pacífica, havendo apenas reportes de situações individuais de Covid-19 que são alvo de uma “intervenção muito rápida” das autoridades de saúde, avançou esta segunda-feira a diretora-geral da Saúde.

Até agora, a situação de abertura de estabelecimentos escolares, incluindo as creches, tem sido enfim pacífica do ponto de vista de casos”, afirmou.

Segundo Graça Freitas, identificam-se casos isolados, atua-se em conformidade e não se têm verificado cadeias de transmissão.

Temos tido reporte de situações individuais. Um caso numa escola, numa turma, por exemplo, seja de um aluno seja de um educador e isso tem levado a uma intervenção muito rápida das autoridades de saúde com uma indicação muito clara neste momento: em meninos mais crescidos vai a turma toda para casa, ficam em isolamento”, explicou.

Além da turma, são feitos testes a todos os contactos próximos que possam existir, adiantou a diretora-geral da Saúde.

Relativamente aos “meninos muito pequeninos das creches”, Graça Freitas disse que não são testados, a não ser que desenvolvam sintomas, mas também ficam em isolamento 14 dias.

Até agora a retoma em meio de creche em meio escolar está a ser, enfim, dentro do que é esperado, uma vez que o vírus ainda circula na comunidade e, portanto, vamos ter casos esporádicos, ou não, e, portanto, a situação é normal neste momento”, rematou Graça Freitas.

Questionada se existiam casos em Portugal de pessoas que ingeriram detergentes, como lixívia, para travar ou tratar a infeção por Covid-19 - como está a acontecer noutros países como os Estados Unidos - Graça Freitas afirmou que "não temos nenhum reporte nessa matéria".

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