Doze dos 21 casos de sarampo confirmados em Portugal no atual surto epidémico são de pessoas sem vacina contra a doença, entre os quais dois profissionais de saúde, informou a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com um comunicado assinado pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George, com a atualização dos números do sarampo, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação. Nos restantes 10 casos foi já excluído o diagnóstico de sarampo”.
Em relação aos casos confirmados, a maioria (57%) dos casos não apresentam registo de vacinação (12 casos).
Nove dos casos são profissionais de saúde, entre estes dois sem registo de vacinação.
A maioria dos casos ocorreu em adultos com idade superior a 20 anos (13 casos), quatro em crianças com idade inferior a um ano e três casos no grupo etário entre um e quatro anos.
Dos 21 casos confirmados, 13 ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, sete na região do Algarve e um caso na região norte.
O surto de sarampo em Portugal causou já uma vítima mortal.
Afastamento temporário das escolas
Através do seu site, a Direção-Geral de Saúde (DGS) aconselha as escolas a afastarem por um período de 21 dias qualquer membro da comunidade escolar que, depois de exposto ao vírus do sarampo, recuse ser vacinado.
Os delegados de saúde verificam a existência de contacto com um doente em fase de contágio e sugerem, quando indicada, a vacinação. Nestes casos, e perante a recusa da vacinação de qualquer membro da comunidade escolar, em situação de pós-exposição, aconselha-se a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto”, refere a orientação da DGS, publicada na página oficial do organismo.
Os diretores das escolas públicas já tinham pedido que a DGS emitisse para os estabelecimentos de ensino uma circular para tranquilizar os ânimos relativamente às vacinas dos alunos, sobretudo por causa do sarampo.
Na orientação, assinada pelo diretor-geral, Francisco George, é recordada a elevada cobertura vacinal da população para o sarampo.
Por esta razão, e também pela imunidade de grupo, a probabilidade de propagação do vírus é muito reduzida, incluindo em meio escolar”, refere a nota.
Insistindo ser “importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral”, a nota salient que "no ato de matrícula e sua renovação deve ser verificado se a vacinação recomendada está em dia; se não estiver, os pais devem ser aconselhados a ir ao centro de saúde para atualização das vacinas”.
Apesar de recomendar um afastamento temporário nas escolas, no caso de recusa de vacinação pós-exposição ao vírus, a DGS insiste que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida”.
Já esta quarta-feira a DGS tinha anunciado a criação de um endereço de correio eletrónico através do qual as escolas podem esclarecer dúvidas relativamente aos casos de sarampo: infosarampo@dgs.pt