Portugal recebe até sábado mais de 400 ventiladores. "Não temos ventiladores perdidos" - TVI

Portugal recebe até sábado mais de 400 ventiladores. "Não temos ventiladores perdidos"

  • Bárbara Cruz
  • 3 jun 2020, 14:09

O secretário de Estado revelou ainda que já foram feitos em Portugal, desde 1 de março, 860 mil testes à Covid-19, 40% na região Norte

O secretário de Estado da Saúde esclareceu esta quarta-feira, na conferência de imprensa de balanço diário da pandemia de Covid-19, que  o Governo não perdeu ventiladores e que ainda esta quarta-feira chegam mais 108 destes equipamentos, prevendo-se até sábado a chegada em voos sequenciados de mais 335. 

Estes 443 ventiladores que estarão em Portugal até sábado estavam na embaixada portuguesa em Pequim e juntam-se a 264 que já estão em território nacional. 

Não temos ventiladores perdidos", sublinhou Lacerda Sales, acrescentando que o país conta assim com 707 ventiladores, 61% dos equipamentos adquiridos para fazer face à pandemia e duplicar a a capacidade nacional com mais 1151 aparelhos.

O secretário de Estado revelou ainda que já foram feitos em Portugal, desde 1 de março, 860 mil testes à Covid-19. Só na última semana foram feitos 13.500 testes.

No mês de abril, foi feita uma média de cerca de 11.500 testes por dia. Em maio, a média foi de 13.550 testes por dia e na última semana, ronda os 13.500 testes/dia”, frisou.

Até à data, e relativamente apenas a hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Norte foi a região onde foram feitos mais testes (40%), seguido da Região de Lisboa e Vale do Tejo (25%). A região centro efetuou 14% dos testes, sendo os restantes testes distribuídos pelas diferentes regiões do país.

Sobre os surtos em empresas da região de Lisboa e Vale do Tejo, Lacerda Sales referiu que a maioria dos trabalhadores que serão testados trabalham em empresas da zona da Azambuja e que, de um universo de 18.100 trabalhadores, serão testados cerca de seis mil ainda esta quarta-feira.

No dia 2 de junho, referiu Lacerda Sales, foram processadas 909 amostras, sendo que 820 tiveram resultado negativo para Covid-19.

Neste momento, há um plano de testagem em empresas da Grande Lisboa, a maioria na zona da Azambuja, tendo sido colhidas amostras em algumas dessas empresas, outras estão a acontecer durante o dia de hoje e as restantes com agendamento nos próximos dias”, sublinhou.

Realização da Volta a Portugal é decisão do Governo

 A decisão sobre a realização da Volta a Portugal compete ao Governo, cabendo à Direção-Geral da Saúde “observar os planos de contingência” apresentados pela Federação Portuguesa de Ciclismo e emitir um parecer, esclareceu a diretora-geral da Saúde.

A decisão para a existência ou não desta prova e de outras provas de ciclismo ultrapassa-nos completamente, é uma decisão do Governo. À DGS, com o apoio do Ministério [da Saúde], compete-nos, de facto, observar os planos de contingência que nos serão presentes e verificar se existe um código de conduta, e emitir, tal como fizemos para o futebol, um parecer, dizendo se estamos ou não de acordo com o que nos foi proposto. Essa é a metodologia que nós seguiremos”, explicou Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde abordou a reunião que aconteceu na tarde de terça-feira no Ministério da Saúde e na qual a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) apresentou o plano para a realização da Volta a Portugal, cuja 82.ª edição está agendada entre 29 de julho e 09 de agosto, no contexto da pandemia do novo coronavírus.

O que nós acordámos entre as partes foi que a federação faria chegar o documento, o plano que tem, que é um documento de autorregulação, com tudo aquilo que a federação propõe fazer do ponto de vista preventivo e do ponto de vista reativo se for aprovada a existência da Volta a Portugal e de outras provas de ciclismo, e também de fazerem entre eles um código de conduta em que as partes interessadas se comprometem a aplicar o que vier nesse plano de contingência”, revelou.

Quando esse plano chegar à DGS, “obviamente será analisado”, pontuou Graça Freitas, acrescentando que será avaliado se tudo o que está contemplado no mesmo fizer “parte das boas práticas” relativas à Covid-19.

Se alguma coisa está omissa, faremos essa proposição, e se alguma coisa nos parecer que está menos bem, também diremos. Vai haver aqui uma fase de negociação e depois a DGS emitirá um parecer”, concluiu.

Questionada sobre o facto de os jogos de futebol serem à porta fechada, ao contrário dos espetáculos, Graça Freitas sublinhou que a decisão foi tomada num determinado momento da situação epidemiológica e com base num princípio de precaução, mas que a decisão pode ser revista "nos próximos dias ou nas próximas semanas".

Portugal contabiliza pelo menos 1.447 mortos associados à Covid-19 em 33.261 casos confirmados de infeção, segundo o mais recente boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta quinta-feira. 

Relativamente ao dia anterior, há mais 11 mortos (+0,8%) e mais 366 casos de infeção (+1,1%).

O número de pessoas hospitalizadas desceu de 432 para 428, das quais 56 se encontram em unidades de cuidados intensivos (menos duas).

O número de doentes recuperados é de 20.079.

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