António Lacerda Sales alertou para a continuação das medidas de proteção individual, mesmo depois do levantamento do estado de emergência, dizendo que o mês de maio é "determinante".
Se abril foi um mês importante, maio é determinante. Com o desconfinamento progressivo, temos responsabilidades acrescidas de seguir de forma ainda mais permente as orientações da Direção-geral da Saúde [DGS]", afirmou o secretário de Estado da Saúde.
Depois, acrescentou, “é importante que as pessoas tenham em linha de conta que as máscaras não as protegem se não forem usadas corretamente e se não forem seguidas as regras de higienização das mãos, que não deixam de vigorar com o fim do estado de emergência”.
Na mesma linha, Graça Freitas lembrou que as máscaras de pouco ou nada servem se as pessoas deixarem de cumprir com as restantes medidas.
O desconfinamento não nos isenta de continuarmos a seguir medidas de prevenção e controlo da infeção. Sendo que essas medidas, uma só não é eficaz, portanto, devemos usar um conjunto delas".
Na conferência diária sobre a evolução da Covid-19 em Portugal, a diretora-geral da Saúde relembrou que a epidemia está "francamente a descer" ainda que continuem a surgir novos casos.
A epidemia não terminou. Enquanto não terminar vão surgir novos casos".
Graça Freitas referiu que tem de haver um equilíbrio entre a dinâmica da epidemia e o desconfinamento e que é precisamente nesse estado que vamos ter de viver nos próximos tempos, através de uma monitorização “semana a semana”.
Portugal tem atualmente cerca de 7,1 milhões de máscaras FFP2 para profissionais de saúde, revelou Lacerda Sales, considerando o número “confortável” mas admitindo novas aquisições.
Disse que já foram emitidos 202 certificados para permitir a produção nacional de máscaras de proteção, 71 dos quais para produção de mascaras comunitárias, 46 destas reutilizáveis.
Até agora há 60 empresas certificadas para produzir máscaras.
Quanto a testes de diagnóstico, o secretário de Estado disse que desde 1 de março já foram feitos mais de 396 mil testes, 80% dos quais no mês de abril. Só esta semana foram feitos em média 13.700 testes por dia.
Lacerda Sales disse ainda que o "stock" nacional de testes de diagnóstico é de mais de um milhão, tendo sido distribuídos cerca de 328 mil pelas administrações regionais de saúde.
Questionado pelos jornalistas sobre o uso do medicamento antiviral remdesivir no combate à Covid-19, afirmou que Portugal está “a acompanhar” o seu uso “de forma muito atenta”, tal como o uso de “outros antivíricos”.
Não há decisões porque não há evidência (prova) clínica muito consistente”, afirmou.
O medicamento antiviral remdesivir está envolto em informações divergentes sobre a sua eficácia, com o laboratório norte-americano que o produz a defender essa eficácia e a revista científica The Lancet a divulgar informação contrária.
A farmacêutica Gilead anunciou na quarta-feira que o remdesivir teve resultados "positivos" num ensaio clínico feito em parceria com institutos de saúde americanos e é uma das hipóteses para tratar doentes com Covid-19.
Graça Freitas garantiu que a DGS está a preparar uma norma específica para os cuidados a ter nas creches, uma vez que as crianças pequenas não acatam medidas de saúde pública.
O número de mortos por Covid-19 em Portugal subiu para 989, segundo o boletim epidemiológico divulgado esta quinta-feira.