Independência do Kosovo afectará relações com UE - TVI

Independência do Kosovo afectará relações com UE

  • Portugal Diário
  • 15 fev 2008, 17:30

Sérvia avisa que «relações bilaterais não se manterão ao mesmo nível»

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O presidente sérvio avisou esta sexta-feira que o seu país «arrefecerá», mas não cortará, as relações com os países que venham a reconhecer uma auto-proclamada independência da sua província meridional do Kosovo, pela maioria albanesa no território.

O pró-ocidental Boris Tadic frisou que «as relações bilaterais - com os países coniventes com o separatismo albano-kosovar - não se manterão certamente ao mesmo nível do presente».

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O chefe de Estado sérvio foi mais longe ao admitir uma retirada de embaixadores dos países em questão, embora sublinhasse que esta decisão não representará «um corte nas comunicações e, muito menos, nas relações» bilaterais.

É a primeira vez que Belgrado - apoiado por Moscovo na resistência à independência do Kosovo - ameaça sem rodeios retaliar contra países que alinhem com Pristina, secundada por Washington e parte da União Europeia (UE), sobretudo o Reino Unido, França e Alemanha.

Seis dos 27 - Espanha, Chipre, Grécia, Eslováquia, Roménia e Bulgária - já garantiram que não reconhecerão a independência do Kosovo, a auto-proclamar previsivelmente no domingo.

Também o primeiro-ministro nacionalista Vojislav Kostunica se insurgiu hoje por o Ocidente ter colocado a Sérvia na situação de «refém» do processo sobre o estatuto da província meridional sob administração das Nações Unidas (MINUK) desde o fim dos bombardeamentos da Aliança Atlântica (NATO), em 1999.

A presidência eslovena dos 27 adiou para o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da próxima segunda-feira uma resposta à eventual proclamação de independência por Pristina.

À meia-noite de hoje recebe «luz verde» a missão comunitária - com 3.000 polícias e funcionários judiciais - que deverá render a MINUK no Kosovo.

As maiores reservas da comunidade internacional prendem-se com o perigo do efeito dominó da independência da província sérvia nos territórios separatistas dentro e principalmente fora da UE, nos Balcãs e Cáucaso.

Também na segunda-feira o Parlamento Europeu (PE) debate o mesmo problema que está sobre a mesa do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

Fontes das famílias políticas do PE não escondem, face à falta de consenso sobre a independência do Kosovo, o risco de uma votação deixar patente a clivagem na instituição.

É o caso do Partido Popular Europeu (PPE), onde os eurodeputados alemães chocam frontalmente com os colegas espanhóis, cipriotas e romenos, e igualmente do Partido Socialista Europeu (PSE), cujo presidente, o germânico Martin Schulz, deixou ao arbítrio dos governos nacionais o reconhecimento, ou não, da independência da província sérvia.

Os minoritários Verdes/Aliança Livre Europeia, que têm no seu seio nacionalistas, deverão ser sensíveis ao direito à autodeterminação do Kosovo.
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