DGS espera que reabertura de centros comerciais em Lisboa seja “ordeira” - TVI

DGS espera que reabertura de centros comerciais em Lisboa seja “ordeira”

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  • Publicada por ALM
  • 14 jun 2020, 13:41

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de Covid-19 atingiu os 14.828 casos confirmados, acima dos 14.622 casos totalizados até sábado

A Direção-Geral da Saúde (DGS) disse este domingo esperar que a reabertura de centros comerciais na região de Lisboa se realize “de forma ordeira”, a partir de segunda-feira, considerando que haverá “ainda mais cuidados” dado o foco de contágios.

Tenho a referir que estes centros já reabriram noutros locais do país e não tivemos notas de distúrbios nem de ajuntamentos anormais, nem de comportamento não cívico por parte das pessoas, portanto nada faz esperar que a abertura destes centros comerciais em Lisboa não se verifique da mesma forma ordeira”, declarou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, falando na conferência de imprensa diária da evolução do surto de Covid-19 no país.

De acordo com a responsável, “não se perspetiva que o comportamento da população em Lisboa seja diferente, antes pelo contrário, é uma população que terá ainda mais cuidados porque sabe que a atividade do vírus em Lisboa é superior à do resto do país”.

Graça Freitas ressalvou também que “o espaço comercial tem regras que tem de cumprir e tem funcionários para ajudar os clientes a cumprir essas regras, orientando nomeadamente fluxo de pessoas dentro do centro comercial e dos diferentes de espaços”.

Já questionada sobre a reabertura dos centros dias, Graça Freitas admitiu que esta “é uma das preocupações das autoridades de saúde”.

“Temos mais equipamentos que estão para abrir nesta altura do verão e, portanto, vamos ver como vai acontecer essa entrada de pessoas nestes novos contextos e, […] brevemente, sairão orientações para os centros de dia, que sabemos que fazem bastante falta”, adiantou Graça Freitas.

Outra dos temas abordados na conferência de imprensa diária da DGS centrou-se nas manifestações marcadas para Lisboa nos próximos dias, numa altura em que esta é a região com mais casos do país.

Em resposta, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, afirmou esperar “civismo e garantia de segurança por parte de quem organiza eventos e manifestações”.

Mais de mil pessoas são esperadas numa manifestação de sem-abrigo marcada para segunda-feira em frente à Assembleia da República.

“Estamos tranquilos em relação a essa situação”, indicou António Sales, mostrando “reforçada esperança de que continue esta consciência do povo português e das diferentes organizações”.

Ainda assim, o governante alertou que “devem ser observadas as diretrizes da DGS e as regras de segurança que possam proporcional uma manifestação em segurança”.

Linha de Apoio e vigilância em casa

A linha de acompanhamento psicológica do serviço SNS 24 atendeu “cerca de 16 mil chamadas” desde o início da pandemia de Covid-19, das quais 1.500 foram de profissionais de saúde, revelou o secretário de Estado da Saúde.

Na conferência de imprensa diária sobre a pandemia, António Lacerda Sales destacou que a linha “foi um serviço muito importante durante o confinamento” e “continua disponível para esclarecer dúvidas e angústias, todos os dias, a qualquer hora”.

Criada em 1 de abril, a linha de aconselhamento psicológico tinha a 14 de maio permitido o atendimento de cerca de 9.500 chamadas, mil das quais efetuadas por profissionais de saúde, segundo revelou na altura o governante.

Na ocasião, a linha funcionava com 64 psicólogos, que tiveram formação específica para o efeito, nomeadamente para intervenção psicológica em situação de crise.

Cerca de 543.500 pessoas estiveram em vigilância em casa devido a infeção ou suspeita de covid-19 através da plataforma de dados ‘Trace Covid’, revelou o secretário de Estado da Saúde.

Já 543.500 pessoas estiveram, através da plataforma ‘Trace Covid’, em vigilância em casa pelos serviços de saúde”, afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária sobre a pandemia.

De acordo com o governante, atualmente, 96,6% dos “casos ativos de infeção” estão “a recuperar em casa".

DGS destaca abrandamento das mortes e casos nos lares

Graça Freitas considerou ser “boa notícia” registar-se um abrandamento do mortes no país por Covid-19, mas explicou que estes óbitos estão relacionados com “infeções em dias passados”, pedindo cautela relativamente aos números.

Nós, como sabe, em relação por exemplo a Espanha, começámos a atividade epidémica mais tarde, muito menos intensa, e estes óbitos que estamos a ter agora refletem infeções que já aconteceram há bastantes dias”, disse a responsável, falando na conferência de imprensa diária da evolução do surto de covid-19 no país.

Questionada sobre quando é que o país poderá deixar de registar vítimas mortais devido à pandemia, como já acontece em Espanha, Graça Freitas lembrou a “história natural da doença: as pessoas infetam-se, têm um período em que estão relativamente estáveis, depois pioram e vão para unidades de cuidados intensivos e algumas delas, infelizmente, morrem”.

O que estamos a ver agora é um abrandamento, mas que reflete infeções já em dias passados”, explicou.

Por isso, “vamos esperar mais uns dias para ver como é que, nomeadamente a questão de Lisboa e Vale do Tejo se reflete na mortalidade”, acrescentou Graça Freitas, numa alusão ao facto de esta região estar, atualmente, com focos de contágios ativos.

Ainda relativamente a Lisboa e Vale do Tejo, a responsável apontou também que, apesar de “muitos destes doentes serem jovens e saudáveis, também existem alguns lares na região com casos e essas pessoas mais idosas podem originar óbitos”.

De qualquer das formas, é uma boa notícia porque estamos a ter poucos casos neste momento”, adiantou Graça Freitas.

Relativamente aos lares de idosos, Portugal tem casos de infeção confirmados em 246 instituições, “menos de 10% do universo” das estruturas residenciais existentes no país, revelou o secretário de Estado da Saúde.

Em relação a estruturas residenciais para idosos, há menos lares com infeções. Temos casos em 246 estruturas residenciais para idosos, o que representa menos de 10% do universo de lares do país”, afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária sobre a pandemia.

O Governo anunciou a 4 de junho que os idosos institucionalizados em lares passarão a ter acompanhamento médico do Serviço Nacional de Saúde nessas unidades residenciais sem necessidade de se deslocarem aos centros de saúde.

Portugal regista 1.517 mortes relacionadas com a Covid-19, mais cinco do que no sábado, e 36.690 infetados, mais 227, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela DGS.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de Covid-19 atingiu os 14.828 casos confirmados, acima dos 14.622 casos totalizados até sábado.

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