Marcha em defesa dos animais junta dezenas de pessoas - TVI

Marcha em defesa dos animais junta dezenas de pessoas

Manifestantes, na Praça do Comércio em Lisboa, pedem «maior proteção legislativa» para os animais

Muitas dezenas de pessoas, algumas delas trazendo consigo os animais de estimação, manifestaram-se este sábado em Lisboa, pedindo maior e melhor proteção para os animais em Portugal e alterações legislativas que permitam alcançar esse objetivo.

Promovida pela Associação Animal, a iniciativa, realizada na Praça do Comércio, junto à estátua do rei D. José, contou com atuações de música e dança, bem como de intervenções de dirigentes de diversos grupos e associações de defesa dos direitos dos animais.

A presidente da Associação Animal, Rita Silva, referiu à agência Lusa que o evento visou basicamente «mobilizar a sociedade civil» para aquela causa e também «fazer lobbying político, pedindo maior proteção legislativa» para os animais.

Outro objetivo, disse a responsável, é educar e sensibilizar a população para o tema, embora essa tarefa devesse competir ao Estado. Porém, são as associações de proteção dos animais que estão a assumir esse papel do Estado, apesar de terem «parcos recursos», adiantou.

Rita Silva explicou que a Associação Animal continua a condenar as touradas, não porque os touros e cavalos sejam mais importantes do que os outros animais, mas porque Portugal é um país em que muita gente, inclusivamente o legislador, ainda aceita que se «barbarizem animais, cobrando bilhetes e ainda por cima dando subsídios encapotados», que são pagos pelos contribuintes, o que é «inaceitável».

Numa manifestação repleta de cartazes e faixas com frases contra as touradas e em defesa dos direitos dos animais, Ricardo Oliveira disse à Lusa ter vindo propositadamente de Vila Franca de Xira, juntamente com outros amigos, para participar no evento e defender, entre outras coisas, que «em Portugal é urgente acabar com as touradas», onde se maltratam seres vivos.

Sheila Cristiano, com um dos seus cães de estimação ao colo, disse à Lusa ser altura de agravar as penas para quem maltrata os animais e criticou o comportamento de certos criadores que, disse, maltratam as fêmeas e os machos unicamente a pensar no lucro da venda dos animais.

No meio da multidão esteve também o deputado do PSD Cristóvão Norte, um dos autores da lei de criminalização de maus tratos e abandono de animais de companhia, admitiu à Lusa que ainda há um longo caminho a percorrer, em termos legislativos, nomeadamente em alterar o «estatuto jurídico dos animais», de maneira a «distinguir os animais das coisas», o que lhes daria «maior proteção».

O deputado fez votos para que a Assembleia da República continue a legislar por forma a existir uma proteção jurídica «mais ampla» aos animais, naquilo que seria um «passo civilizacional significativo».

 
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