Confirmado quarto caso de legionella na Maia - TVI

Confirmado quarto caso de legionella na Maia

  • 15 mar 2017, 18:26

Novos casos referem-se a dois doentes que se encontram internados no Centro Hospitalar de São João e no Centro Hospitalar do Porto, com “estado clínico considerado estável”

Dois novos casos de doença dos legionários no concelho da Maia foram, esta quarta-feira, notificados pelas autoridades de saúde, subindo para quatro o número de confirmações de pessoas infetadas com a bactéria 'Legionella', anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Esta tarde, num comunicado enviado ás 16:00, a DGS tinha confirmado apenas um terceiro caso.

Os doentes encontram-se internados no Centro Hospitalar de São João e no Centro Hospitalar do Porto - Hospital de Santo António, com “estado clínico considerado estável”

Os dois doentes estão em estado clínico considerado estável e poderão ter adquirido a infeção antes da conclusão dos trabalhos de descontaminação das torres de arrefecimento da empresa", esclarece a DGS.

A Direção-Geral de Saúde acrescenta que "a situação agora relatada faz admitir a possibilidade de exposição ocupacional, uma vez que são ambos trabalhadores da mesma unidade fabril".

A DGS adianta que se mantém o nível de alerta, “uma vez que coincide com o último dia do período de incubação correspondente à desinfeção das torres (de arrefecimento de ar-condicionado) suspeitas”.

A autoridade de saúde reitera que “a população residente no concelho da Maia não precisa de tomar cuidados adicionais” e acrescenta que “os trabalhos conduzidos pela Inspeção-Geral do Ambiente (IGAMAOT) confirmam que a unidade fabril está em condições de continuar a laboração”.

Isto porque “os trabalhos de desinfeção entretanto concluídos revelaram amostras sem contaminação, segundo o Instituto Ricardo Jorge”, segundo o comunicado da DGS

Sakthi sem vestígios da bactéria

O Mistério do Ambiente revelou esta quarta-feira que análises realizadas pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território revelaram inexistência da bactéria legionella pneumophila na empresa Sakthi, localizada na Maia.

Em comunicado o gabinete liderado por Matos Fernandes refere que foi realizada no local uma inspeção extraordinária na última segunda-feira, tendo sido recolhidas amostras de água das torres de refrigeração e do tanque de arrefecimento e que os resultados analíticos conhecidos hoje "revelaram a ausência de legionella pneumophila em todas as amostras recolhidas".

[Confirma-se] que a empresa se encontra a dar cumprimento ao plano de manutenção das instalações. Não se verifica, assim, qualquer risco decorrente destas, e, por essa razão, não se justifica a adoção de quaisquer medidas subsequentes", lê-se na nota do Ministério do Ambiente.

Trabalhadores "tranquilos"

Os trabalhadores da Sakthi  estão "tranquilos apesar de alguma preocupação natural", descreveu à Lusa um representante do SITE-Norte.

Cerca de 150 trabalhadores reuniram-se esta tarde em plenário na Sakthi, numa reunião que o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividade do Ambiente do Norte (SITE-NORTE) frisa não ter sido marcada devido às recentes notícias relacionadas com casos de legionella mas sim para dar nota do resultado das reivindicações laborais.

Como é natural, o tema acabou por ser abordado. Aliás a administração tomou a iniciativa de estar presente no início do plenário para esclarecer e tranquilizar as pessoas. Deu a conhecer comunicados da DGS [Direção-Geral de Saúde] que referem que está tudo controlado. Os trabalhadores estão tranquilos apesar de alguma preocupação natural porque foram surpreendidos com tudo isto", descreveu Luís Pinto do SITE-Norte.

 

Arquivamento parcial do processo de Vila Franca de Xira

Num caso antigo, em Vila Franca de Xira, O Ministério Público (MP) requereu o julgamento de nove arguidos no caso do surto de legionella em dezembro de 2014, mas decidiu propor o arquivamento parcial do processo.

Sete arguidos vão a julgamento pela prática dos crimes de infração de regras de construção (conservação) e ofensas à integridade física por negligência. Já duas empresas será pela prática do crime de infração de regras de construção (conservação).

As empresas que vão a julgamento são a fábrica de adubos de Alverca do Ribatejo e a empresa responsável pelo tratamento da água existente nos circuitos de arrefecimento utilizados pela primeira, avança a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), em comunicado.

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