Os oito mitos sobre o VIH que precisa de saber - TVI

Os oito mitos sobre o VIH que precisa de saber

Laços vermelhos «de luz» na Índia. Domingo celebra-se o Dia Mundial de Luta contra a Sida (EPA/PIYAL ADHIKARY)

Apesar das inúmeras campanhas de sensibilização sobre o vírus, ainda existem mitos à volta da doença

O VIH é uma das doenças mais faladas nos nossos dias. São inúmeras as campanhas de informação sobre o vírus, que já matou 39 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, o primeiro caso da doença foi diagnosticado em 1983, e o número de novos casos por VIH voltou a decrescer no ano passado, tal como já tinha acontecido em 2013.

No entanto, o preconceito e o estigma em relação à doença existem, levando a que muita gente ainda não tenha conhecimento de determinadas características do vírus da imunodeficiência humana. A CNN elaborou, juntamente com especialistas, uma lista dos principais mitos sobre o VIH, de que lhe damos também conta. 

1 – Se estiver infetado com o VIH, vai perceber com rapidez

Os sintomas do VIH podem demorar anos a manifestarem-se. Por isso, um indivíduo pode ser portador da doença durante muito tempo sem ter qualquer sinal, correndo o risco de transmitir o vírus a outra pessoa. Por isso, é fundamental a realização de análises para detetar o vírus. 

"No adulto com VIH positivo o tempo médio para aparecerem os primeiros sintomas fixa-se entre os oito a 10 anos, por isso é quase impossível  perceber-se que se tem HIV logo no princípio, disse à CNN Owen Ryan, diretor executivo da Sociedade Internacional SIDA.

2 – Caso já tenha contraído o VIH, só precisará de começar o tratamento quando ficar muito doente


A Organização Mundial da Saúde recomenda que alguém que descubra que está infetado deve iniciar o mais rápido possível a terapia anti-retroviral (ARV), o “cocktail” de medicamentos diários para prevenir o desenvolvimento do vírus.   

"Há um impacto dramático sobre a saúde e o bem-estar ao longo da vida, se a pessoa iniciar o tratamento para o VIH imediatamente", explica Ryan (…) As pessoas que respondem favoravelmente aos tratamentos têm menos 96% de probabilidades de transmitir a doença aos parceiros. 

3 – Já não precisa de se preocupar com o VIH


Apesar de nos últimos anos terem-se registado progressos notáveis na luta contra a doença, não se pode baixar a guarda porque o perigo continua a existir. Em 2014, 1,2 milhões de pessoas morreram em virtude do vírus. Todos os dias, 600 crianças são infetadas com o VIH
 

4 – Se for VIH positivo e estiver grávida, o bebé vai acabar inevitavelmente por ser infetado.  

Se uma mulher grávida for seropositiva, o bebé pode não contrair o vírus. Através da utilização da terapia PrEP (Profilaxia Pré Exposição), que envolve drogas anti-retrovirais para as pessoas que não estão infetadas com a doença, é “possível proteger e prevenir a transmissão mãe-filho, de tal forma que a taxa de transmissão está agora abaixo dos 1%, esclarece o professor Salim Abdool Karim, diretor do Centro para o Programa de Pesquisa em SIDA da África do Sul (CAPRISA).

Também é possível lavar o esperma com destino à inseminação artificial, de modo a separar o vírus antes da mulher ser inseminada. No entanto, esta técnica é ainda altamente dispendiosa.
 

5 – O VIH não se contrai através de tatuagens ou piercings

O HIV (sigla em inglês) pode ser transmitido através do sangue, o que significa que uma pessoa pode ser infetada através da partilha de agulhas, ou utensílios para a realização de tatuagens e piercing`s que não foram devidamente esterilizados.

"Resume-se tudo a uma regra básica. Sempre que se partilha algo que tenha estado em contato com o sangue e que não tenha sido limpo, está-se em risco de contágio com o VIH", explica Owen Ryan.

 

6 – Ter VIH é uma sentença de morte.


Ainda não há cura para o VIH. No entanto, a qualidade dos fármacos desenvolveu-se significativamente ao longo do tempo. Agora, as pessoas conseguem reduzir significativamente a carga viral (quantidade de VIH no sangue) para níveis praticamente indetetáveis, através da ARV. Isto significa que a progressão reduz-se rapidamente, protegendo o sistema imunitário da doença.

7 -  VIH é sinónimo de SIDA

VIH é o vírus que leva à SIDA. No entanto, com o tratamento adequado, os seropositivos podem viver uma vida inteira sem ficar com SIDA, que é o estágio final da doença, quando o sistema imunitário do corpo é severamente danificado. 
 

"A deteção do vírus pode não levar à SIDA, desde que a reprodução do VIH seja parada a tempo. O VIH é a causa da SIDA, mas não quer dizer que evolua sempre para esse estado”, diz Myron Cohen, diretor do Instituto para a Saúde Global e Doenças Infecciosas da Universidade da Carolina do Norte.

8 -  Se for diagnosticado com VIH, vai viver menos do que as outras pessoas

Este mito decorre da ideia de que ser diagnosticado com VIH é uma sentença de morte. Contudo, os novos desenvolvimentos permitem que isso não aconteça. Como explica Myron, se o tratamento for iniciado logo no início e se for aplicado corretamente, permite que "a pessoa tenha uma saúde robusta sem sinais ou sintomas, com uma vida completamente normal."

Quase 200 pessoas com infeção pelo VIH morreram o ano passado em Portugal, 126 com SIDA.
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