Risco de dengue e febre-amarela é nulo em Portugal - TVI

Risco de dengue e febre-amarela é nulo em Portugal

Mosquito (arquivo)

Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge está a vigiar em todo o país os mosquitos e carraças causadores das doenças tropicais

O risco de transmissão de doenças tropicais, como dengue e febre-amarela, é nulo em Portugal, anunciou, nesta quarta-feira, o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), que está a vigiar em todo o país os mosquitos e carraças causadores de doenças.

O INSA está a acompanhar a situação referente às populações dos mosquitos e dos causadores de doença ao homem, através da Rede de Vigilância de Vetores - REVIVE, sediada no Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosa.

«Em amostras capturadas em todas as regiões de Portugal continental, não foi detetada a presença das espécies exóticas invasoras, sendo o risco de transmissão de doenças tropicais (como dengue e febre-amarela) nulo», sustentou o instituto, em comunicado citado pela Lusa.

A presença de vírus onde se incluem o vírus do Nilo Ocidental e o dengue tem sido analisada sistematicamente e, até ao momento, todas as amostras foram negativas. «Não foram detetadas quaisquer situações ou sinais que justifiquem motivos de preocupação ou alarme», assegurou o INSA.

Na Madeira foi confirmada a presença de uma espécie de mosquito invasor (Aedes aegypti), já detetada em 2004.

«Até ao momento nenhum caso humano de dengue ou febre-amarela de origem local foi identificado. Este facto deve-se à inexistência dos vírus nessa região», explicou o instituto.

Para existirem casos de origem local de doenças de transmissão por vetores, é necessária a coexistência de quatro fatores: a presença de espécie de mosquito com capacidade e competência de vetor, do agente causador de doença, um hospedeiro vertebrado suscetível e condições ambientais propícias ao desenvolvimento do vetor e à sobrevivência dos agentes etiológicos.

«Assim se explica que apesar de ter sido detetado o agente vetor (mosquito), não foram assinalados casos humanos», sublinhou.

Criada em 2008, a REVIVE veio responder à necessidade de «melhorar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes no país, a sua distribuição e abundância, contribuindo para o esclarecimento do seu papel como agentes de transmissão de doença, assim como detetar atempadamente introduções de espécies invasoras com importância em saúde pública».

Desde 2011, a vigilância de vetores no REVIVE foi alargada ao estudo de carraças, sendo atualmente também efetuada a vigilância de outros artrópodes hematófagos (carraças) e pesquisados os agentes patogénicos mais importantes em saúde pública transmitidos por estes vetores, nomeadamente rickettsias (agentes da febre escaro-nodular e linfangite) e borrélias (agentes da borreliose de Lyme).

A deteção dos agentes nas carraças, realizada atempadamente, permite ao clínico o estabelecimento ou exclusão precoce de um diagnóstico, através da componente epidemiológica.

O REVIVE resulta da colaboração entre o INSA, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) e a Direção-Geral da Saúde (DGS).
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