ERS monitoriza clínica onde doentes foram infetados com hepatite C - TVI

ERS monitoriza clínica onde doentes foram infetados com hepatite C

Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

Regulador quer averiguar circunstâncias em que seis doentes foram infetados e avaliar se unidade de hemodiálise em Lisboa “cumpre os normativos referentes às medidas gerais de controlo de infeção, em geral, e no que toca à infeção do vírus da hepatite C, em especial”

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) vai monitorizar a atuação de uma clínica da unidade de hemodiálise Diaverum onde seis doentes foram contaminados com o vírus da hepatite C e o regulador detetou outras irregularidades.

Uma deliberação da ERS, publicada esta quinta-feira, visou averiguar as circunstâncias em que os seis doentes foram infetados com o vírus da hepatite C na clínica da Diaverum, em Lisboa, e avaliar se a empresa “cumpre os normativos referentes às medidas gerais de controlo de infeção, em geral, e no que toca à infeção do vírus da hepatite C, em especial”.

A ERS recorda que, entre 19 de outubro e 29 de outubro de 2015, foi dado conhecimento da existência de seis doentes infetados com hepatite C durante a realização de hemodiálise naquela unidade.

O regulador constatou “não conformidades que podem pôr em causa a prevenção da transmissão de infeções nos doentes”, entre as quais o facto de o único equipamento de proteção individual utilizado serem as luvas e as viseiras.

“De acordo com as normas de prevenção de infeção devem ser usadas também batas descartáveis e/ou avental aquando dos procedimentos aos doentes”, lê-se no relatório.

Apesar do plano de higiene determinar que o chão deve ser lavado no final de cada turno nas salas de tratamento (preferencialmente após a saída dos doentes da sala) e nas outras áreas uma vez por dia, a ERS verificou que “não se aguarda pelo término do turno para se limpar determinadas zonas da sala e até se verificou que antes do turno da tarde terminar havia já máquinas com circuitos montados, o que pode facilmente ser contaminado pela existência de utentes na sala em tratamento”.

A preparação da heparina também não esteve totalmente de acordo com os procedimentos, como a existência de “um frasco de heparina aberto e já consumido em cerca de três quartos na caixa das heparinas novas, o que vai contra o procedimento apresentado pela entidade”.

De acordo com a ERS, do alegado pelo prestador em sede de audiência dos interessados não resultou eliminada a necessidade de adequação do comportamento.

Por esta razão, o regulador instruiu a empresa no sentido desta “atualizar ou introduzir as alterações tidas por adequadas nos procedimentos já implementados, atinentes à prevenção e controlo de infeções”.

O objetivo é garantir que os procedimentos “estão em conformidade com as regras e orientações aplicáveis em matéria de controlo de infeções e segurança do utente e são aptos quer a assegurar de forma permanente e efetiva a prestação de cuidados de saúde de qualidade, quer a assegurar o respeito pelos direitos e legítimos interesses dos utentes”.

A empresa deve ainda “adotar todas as diligências tidas por necessárias e adequadas no que toca à organização e funcionamento das unidades de diálise, no sentido de os conformar com as regras e orientações aplicáveis”.

A ERS vai ainda abrir “um processo de monitorização para acompanhamento da atuação futura da Diaverum” para garantir que esta “se coaduna com as regras e orientações, a cada momento aplicáveis, em matéria de controlo de infeções e segurança do utente”.

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