Portuguesa detida no Nepal poderá esperar até dois anos por julgamento

Uma cidadã portuguesa de origem angolana detida em meados de Maio por posse de droga no Nepal poderá ter de aguardar um a dois anos pelo julgamento, disse à Lusa esta terça-feira o advogado José Abecassis que está a acompanhar o caso.

«Este género de acusações pode demorar um a dois anos a chegar ao julgamento de primeira instância», explicou José Abecassis, que recentemente esteve na capital nepalesa com um colega de escritório, onde conseguiram recrutar dois advogados locais para patrocinarem o caso.

A jovem foi detida no aeroporto de Katmandu quando se preparava para abandonar o Nepal e foi detectada com 317 gramas de heroína.

A jovem é natural de Luanda, mas vive em Macau desde pequena, onde se naturalizou portuguesa, e está casada com um cidadão nigeriano que as autoridades de Macau expulsaram do território, impedindo a sua entrada por dez anos.

A portuguesa foi detida pelas autoridades nepalesas e já foi transferida para a penitenciária de Katmandu onde, por ordem do Tribunal, está a ser sujeita a tratamentos médicos devido a vários problemas de saúde e também por manifestar anomalia psíquica.

«Está em melhores condições do que tinha na esquadra onde esteve detida e ainda segunda feira foi visitada pelo cônsul honorário de Portugal, Rajendra Khetan», acrescentou o advogado, ao salientar que foram os próprios serviços prisionais a solicitar mais peças de roupa para a jovem portuguesa.

O advogado disse ainda esperar que a mãe da jovem, também residente em Macau, a possa visitar em breve.