Ao fim de três dias, já foi conhecido o destino do bebé abandonado no ecoponto. Assim que tiver alta médica, já há autorização formal, por parte do juiz, para encaminhar o recém-nascido para um regime de acolhimento residencial. Quer isto dizer, que a criança será colocada numa instituição.
A decisão do juiz surge no seguimento do pedido do Ministério Público, que tinha instaurado um processo de promoção e proteção a favor da criança.
A presidente do Instituto de Apoio à Criança, Dulce Rocha, abordou o caso do bebé que foi encontrado no lixo. A responsável do IAC garante que "era praticamente inevitável" que o recém-nascido fosse acolhido por uma instituição.
Dulce Rocha explica que é necessário obter-se mais informações acerca da família da sem abrigo de 22 anos. Ainda assim, a presidente do IAC confirma, que em regra geral, os sem abrigo são "pessoas muito distantes", "sem apoio familiar" e "despojadas de tudo".
É a solidão que acompanha estas decisões drásticas”, explica Dulce Rocha.
A responsável do IAC confessa, que pela experiência profissional, sabe que a solidão está sempre conectada a situações como esta.
Desde 1989, há 30 anos, que o IAC acompanha crianças de rua. Dulce Rocha revela ainda que o mediatismo deste caso é importante para a consciencialização da vulnerabilidade dos sem abrigo.