Alunos «sobrecarregados»

O representante das Associações de Pais felicitou os alunos, as suas famílias e os professores pela diminuição da taxa de chumbos e desistências, mas alertou para a sobrecarga disciplinar dos 2º e 3º ciclos.

«O segundo e terceiros ciclos continuam a ser o maior problema e isso reflectiu-se nos resultados», afirmou Albino Almeida, da Confap - Confederação Nacional das Associações de Pais.

Taxa de chumbos e desistências diminuiu quase 20%

O Ministério da Educação divulgou os últimos dados sobre a taxa de chumbos e desistências, que caiu quase 20 por cento em todos os ciclos do ensino básico e secundário no ano lectivo de 2006/07.

No ensino básico (do 1º ao 3º ciclos, até 9º ano), aquela taxa passou de 10,6 por cento para 10,0 por cento entre os anos lectivos de 2005/06 e 2006/07, enquanto no secundário (10º, 11º e 12º anos) passou de 30,4 para 25,6 por cento.

«O grande problema dos resultados é no 2º e 3º ciclos e deve-se ao excesso de disciplinas, que chegam às 14, e levam ao esgotamento do aluno, especialmente no 9º ano», afirmou Albino Almeida.

O representante das Associações de Pais destacou que os resultados mostraram o «empenho» dos jovens que «se aplicaram».

«Acima de tudo, quero dar um grande cumprimento aos nossos filhos. É aos alunos, suas famílias e professores que devemos esta melhoria de resultados», afirmou Albino Almeida.



A Confap salientou ainda que o sistema público educativo só vai ser cumprido quando se puder ensinar cada aluno de acordo com as suas capacidades.

«O sistema de ensino deve poder garantir que os seus alunos atingem resultados positivos e passam à vida activa através das escolas», defendeu.

Por anos de escolaridade, os resultados divulgados pelo Ministério da Educação revelam que no 12º ano a taxa de chumbos e desistências passou de 46,5 para 36,7 por cento, enquanto em 2004/05 se situava perto dos 50 por cento.

No 10º ano, passou de 25,1 para 19,9 por cento, enquanto no 11º ano passou de 17,9 para 15,9 por cento.

No 1º ciclo do ensino básico, a antiga primária, a taxa de retenção e desistência - que tem vindo a diminuir desde o ano lectivo de 1996/97 - ficou no ano de 2006/07 nos 3,9 por cento.

No segundo ciclo (5º e 6º anos), a diminuição foi de 10,5 por cento para 10,3 por cento, enquanto no 3º ciclo (7º, 8º e 9º anos) este indicador caiu para os 18,4 por cento.

A Fenprof - Federação Nacional de Professores (Fenprof) também reagiu este sábado aos dados do Ministério da Educação, atribuindo aos professores o sucesso pela redução do insucesso escolar, mas salientando ser importante saber se a diminuição dos chumbos e abandono escolar corresponde a uma melhoria na qualidade do ensino.