FENEI contesta contratação local de professores - TVI

FENEI contesta contratação local de professores

Providência cautelar a favor da legalidade de concurso nacional

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A Federação Nacional do Ensino e Investigação interpôs, esta segunda-feira, no Tribunal Administrativo de Lisboa, uma providência cautelar para repor «a legalidade do concurso nacional dos professores», contestando que as escolas situadas em zonas defavorecidas possam contratar directamente os seus docentes, disse a Agência Lusa.

«Ao verificar-se que 59 agrupamentos de escolas se declararam TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), quer dizer que os docentes serão prejudicados na sua candidatura, por não conhecerem os procedimentos, as condições ou as regras em que, estando já colocados, podem concorrer ou não a estas vagas», segundo uma nota da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI).

Assim, a «causa primeira do pedido é a supressão de cerca de duas mil vagas, que foram retiradas de concurso, para serem submetidas a contratação local de escolas, sem saberem os critérios», lê-se na referida nota.

Este «pequeno desiderato», adianta o documento, acarreta «prejuízos enormes aos docentes que, por desconhecimento da existência destas vagas, ficam impedidos de a elas concorrerem».

De acordo com uma proposta de portaria conjunta dos ministérios das Finanças e da Educação, que começou a ser negociada com os sindicatos na semana passada, as escolas integradas no programa TEIP passarão a poder contratar directamente os seus professores, definindo «os grupos de recrutamento a concurso, os requisitos de acesso, os critérios de selecção, de desempate, de exclusão e as listas finais de colocação».

A medida justifica-se, segundo o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, com as «características e dificuldades especiais destes estabelecimentos de ensino», sendo por isso necessário recrutar professores «com competências específicas» e com «muita vontade de trabalhar lá».

«À margem da lei, que se tornou a regra deste Governo, o Ministério da Educação (ME) dá como facto adquirido e concluído um processo de negociação obrigatório com os sindicatos do projecto de diploma sobre os TEIP», lê-se no documento.

Segundo a FENEI, ao «infringir a lei, o ME ameaça a ancoragem social, em que assenta a Constituição da República e a lei de negociação que assegura a liberdade sindical dos trabalhadores da Administração Pública e que regula o seu exercício, obrigando as partes a negociarem as condições de trabalho».

«Tal ainda não se verificou e os próprios sindicatos têm propostas diferentes, que não prejudicam a relação concursal dos docentes e até apontam para uma melhoria das suas competências no exercício das suas funções. Por isso, vamos requerer negociação suplementar», diz a nota do presidente da FENEI, Carlos Alberto Chagas.

O segundo motivo para a entrega da providência cautelar, destaca a Federação, prende-se com a avaliação de desempenho dos docentes com classificações de «Muito bom» e «Excelente», que estão sujeitas a regime de quotas, com bonificações diferenciadas.
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