Gaia integra meninas ciganas na escola - TVI

Gaia integra meninas ciganas na escola

Comunidade cigana

Gaia tem novo projecto que visa reintegrar jovens de etnia cigana na escola

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A Câmara de Gaia assinou, esta sexta-feira, um protocolo com várias entidades que vem garantir a integração de meninas de etnia cigana no sistema educativo, anunciou fonte da autarquia à Lusa.

Este instrumento vem instituir o Projecto «Escola de Bairro», que visa a integração das jovens de etnia cigana no sistema educativo «sem quebrar ou questionar as tradições culturais da comunidade cigana».

Os rituais ciganos impõem que as meninas desta etnia sejam retiradas da escola logo após o primeiro ciclo menstrual, ou seja, por volta dos 12 anos, idade a partir da qual ficam impedidas de contactar com rapazes, para evitar o risco de laços de afectividade.

Trocam assim os livros pelas aprendizagens das tarefas domésticas, em preparação para o casamento.

O protocolo foi assinado entre a autarquia e as empresas municipais Gaia Social (que gere o parque habitacional camarário), Gaianima (encarregada da gestão dos equipamentos municipais culturais e desportivos), a Equipa do Rendimento Social de Integração e o Agrupamento Vertical das Escolas de Olival.

O projecto encontra-se em fase de implementação desde Fevereiro, em Olival, abrangendo nesta etapa inicial onze alunas com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.

O programa terá a duração de dois anos, correspondendo o primeiro ao 1º e 2º anos de escolaridade, enquanto o segundo será dedicado aos 3º e 4º anos.

Trata-se de um projecto pioneiro da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), certificado pelo Ministério da Educação, agora formalizado no momento em que esta mesma estrutura acabou de enfrentar alguma contestação devido a um projecto de inclusão educativa dirigido a esta mesma comunidade em Barqueiros, Barcelos.

Nesse caso, a DREN negociou com a comunidade cigana no sentido de criar uma turma de alunos ciganos que entretanto tinham abandonado o sistema educativo, numa estrutura pré-fabricada na Escola Básica de Barqueiros.

A DREN justificou esta decisão considerando-a «um caso de discriminação positiva» destinado a reintegrar os alunos na escola e rejeitou acusações em sentido contrário.
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