Governo quer detecção de necessidades especiais - TVI

Governo quer detecção de necessidades especiais

  • Portugal Diário
  • 9 mar 2007, 17:25

«Intervenção precoce» sinaliza carências educativas desde o nascimento

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O Governo está a preparar o alargamento a todo o país do serviço de «Intervenção Precoce» para sinalizar casos de necessidades médicas ou educativas especiais em crianças a partir do nascimento, anunciou esta sexta-feira, o secretário de Estado da Educação. A informação foi avançada pela agência Lusa.

Valter Lemos, que falava à margem do seminário «A Criança Multi-deficiente: Que Respostas», que decorre hoje e amanhã na vila do Paúl, na Covilhã, disse que já existem 550 educadoras a praticar «Intervenção Precoce» em diferentes pontos do país.

«Até agora, o Ministério da Educação tem destacado educadoras para estas equipas, mas queremos ser mais pró-activos, não só a disponibilizar os recursos, como também a organizar o trabalho com outros ministérios», disse o secretário de Estado da Educação.

Assim, segundo o governante, os ministérios da Educação, Saúde e Solidariedade estão a planear «um dispositivo tripartido completo, devidamente organizado e que cubra todo o país».

Segundo Valter Lemos, a maior parte das necessidades educativas especiais só são detectadas nas escolas, quando os professores têm um primeiro contacto com as crianças.

Diagnóstico até final de ano lectivo

O diagnóstico das necessidades de educação especial no sistema educativo português deverá estar concluído até ao final do ano lectivo, referiu Valter Lemos.

«Assim que termine o processo de sinalização de alunos, teremos pela primeira vez uma identificação rigorosa das necessidades no âmbito da educação especial na escola portuguesa», acrescentou, ao classificar o trabalho como sendo de «extrema importância».

«Permitirá ter a certeza sobre se faltam alguns recursos, e quais, para podermos tomar decisões e optimizar a situação», medidas que o secretário de Estado espera que sejam adoptadas antes da abertura do próximo ano lectivo.

Vítor Reis Silva, presidente do agrupamento escolar Entre Ribeiras, que organiza os trabalhos, queixou-se da falta de recursos humanos para acompanhar os alunos com necessidades educativas especiais.

Para Valter Lemos, o número de professores é suficiente na globalidade, mas «poderá não ser em áreas específicas». Salienta, por exemplo, que já foi identificada carência de docentes especializados «para trabalho com alunos cegos e com alunos com multideficiência».

Por outro lado, Vítor Silva criticou a forma como a educação especial funcionava até agora. «A cada ano lectivo havia mais 10 mil alunos com necessidades especiais, sinalizadas de uma forma indiscriminada», referiu.

Neste ano lectivo, cerca de 24 mil alunos do ensino básico e secundário com necessidades educativas especiais recebem apoio, menos 36 mil do que em 2005/2006, de acordo com dados da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC).
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