PS: Crato «não tem condições para continuar» - TVI

PS: Crato «não tem condições para continuar»

PS defende a demissão de Nuno Crato

A posição dos socialistas sobre o pedido de demissão do ministro da Educação apresentado na quarta-feira pelo BE. Luís Montenegro (PSD) acusa PS de fazer oposição de «terra queimada» sobre ministro Crato

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O PS considerou esta quinta-feira que o ministro da Educação, Nuno Crato, não tem condições para continuar em funções, acusando este membro do Governo de agravar em cada dia que passa as condições de funcionamento da escola pública.

Esta posição foi transmitida pela vice-presidente da bancada socialista Odete João, a meio da reunião do Grupo Parlamentar do PS, depois de questionada se o PS subscreve o pedido de demissão de Nuno Crato feito pelo Bloco de Esquerda, na quarta-feira, no Parlamento.

«Neste momento, o ministro não tem condições para continuar. Em 2009 houve resultados excelentes na educação, em 2012 garantiram-se esses resultados, provando que o rumo que estava a ser seguido era o correto», declarou Odete João, numa alusão aos mais recentes dados do relatório PISA.

De acordo com a vice-presidente da bancada socialista, Nuno Crato «tem dado cabo de todo o sistema de ensino» público em Portugal.

«Desmantela a escola pública, aumenta o número de alunos por turma, reduz os apoios às escolas, retira autonomia às escolas», numa lógica de escola pública destinada «a pobres», acusou a vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Odete João disse mesmo que «o ministro Nuno Crato já deu provas de estar a conduzir [o país] para o rumo errado em matéria de educação, destruindo uma escola inclusiva que os governos PS estavam a construir e um conjunto de programas que garantiam melhores resultados».

«O PISA é disso prova - um programa internacional, que avalia de forma idónea as condições [de aprendizagem] na leitura, na matemática e na ciência», declarou a dirigente do Grupo Parlamentar do PS", apontou.

Interrogada sobre a necessidade de se alterar o Estatuto da Carreira Docente para possibilitar que professores contratados com cinco anos de serviço fiquem isentos da prova de avaliação de conhecimentos e capacidade, que está marcada para o próximo dia 18, a vice-presidente da bancada socialista preferiu destacar um alegado «recuo» de Nuno Crato.

«O PS está contra a forma e o modo como o Governo regulamentou as provas de avaliação. Ao abrir-se a possibilidade de apenas os professores com menos de cinco anos fazerem essa prova, significa um recuo claro, porque se estava numa situação insustentável. Entendemos que o consenso possível estabelecido com os sindicatos em anos anteriores, durante os governos do PS, deveriam ter sido mantidos», sustentou.

De acordo com a deputada do PS, o relatório PISA demonstra que «as políticas seguidas pelos governos socialistas estavam no rumo certo».

«Temos menos alunos com piores desempenho e os sucessivos governos do PS tentaram limar as dificuldades que existiam no sistema educativo com programas de ação para a matemática, para a leitura e um conjunto de apoios destinados aos alunos com maiores dificuldades. Esse rumo permitiu a Portugal atingir melhor desempenho na avaliação internacional. Por isso, convidamos o ministro da Educação a refletir sobre estes resultados, que antes foram desvalorizados pelo PSD e pelo CDS», referiu a deputada socialista em declarações à Lusa.

Odete João considerou depois que o ministro da Educação «está a destruir o rumo antes traçado e a levar o país a uma situação de calamidade» no plano educativo.

O líder parlamentar do PSD acusou, por seu turno, o maior partido da oposição (PS) de ter uma «vertigem de negativismo», instado a comentar o pedido de demissão do ministro da Educação, Nuno Crato, por parte de uma deputada socialista.

«Vir dizer que o ministro da Educação não tem condições para continuar o seu trabalho é uma coisa completamente desprovida. Eu, sinceramente, tenho dificuldade em entender. Só mesmo por esta vertigem de negativismo, de oposição de terra queimada, que o PS vai aflorando aqui, com alguns deputados, no Parlamento é que se pode compreender uma observação dessas», afirmou Luís Montenegro.
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