Educadoras saíram à rua para reclamar tempo de serviço em creches - TVI

Educadoras saíram à rua para reclamar tempo de serviço em creches

  • 5 mar 2018, 19:06
Concentração nacional dos educadores de infância

Cerca de uma centena de educadoras de infância manifestou-se em Lisboa para exigir a passagem para a tutela do Ministério da Educação e a contagem como docência

Cerca de uma centena de educadoras de infância manifestou-se esta segunda-feira em Lisboa para exigir a passagem das creches para a tutela do Ministério da Educação, garantindo-lhes que o tempo de serviço nas creches conta para as carreiras.

Em frente ao Ministério da Educação, o dirigente da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) Mário Nogueira, disse à agência Lusa que "só por teimosia" é que a tutela não conta o tempo de serviço em creche como docência.

Todas as creches precisam de ter educadores de infância, sejam públicas ou privadas, notou, salientando que "o trabalho é absolutamente o mesmo" quando se passa para o jardim de infância, a partir dos três e até aos seis anos.

Os educadores não estão nas creches a mudar fraldas ou a fazer trabalho de puericultura, é um trabalho educativo, por isso é que a lei obriga a que lá estejam", afirmou Mário Nogueira, assinalando que nas orientações curriculares definidas por este governo, a educação pré-escolar é dos zero aos seis anos.

No entanto, as creches em que estão crianças até aos três anos estão na dependência do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Faz falta "uma resposta pública de creches" porque as famílias precisam dela, defendeu o sindicalista.

São milhares os educadores que, terminando os cursos, começam pelas creches e só depois chegam aos jardins de infância. Apagar esse tempo é de uma injustiça tremenda", considerou.

A educadora de infância Céu Almeida, com 25 anos de serviço, afirmou que a classe quer ser reconhecida "como docente, também".

"As crianças não nascem aos três anos", declarou, afirmando que o tempo antes dos três anos é "o mais fundamental em termos de desenvolvimento".

"São crianças menos autónomas e somos nós que temos que dar todo o apoio a crianças que nos aparecem desde os seis meses e é preciso muito empenho e dedicação", referiu.

Céu Almeida queixou-se também que as educadoras com serviço em creche são mantidas nessa valência para não ter que se reconhecer esse tempo para progressão nas carreiras, o que significa diferença de vencimento que podem ir "de duzentos a trezentos euros" em relação a colegas com menos tempo de trabalho.

Mário Nogueira referiu que no próximo concurso interno para educadores de infância a situação deve ser resolvida, contando para os anos de carreira o tempo em creche.

Continue a ler esta notícia