Rui Pinto vai continuar em prisão domiciliária - TVI

Rui Pinto vai continuar em prisão domiciliária

Há novos desenvolvimentos no caso do hacker português detido na Hungria

Tribunal húngaro recusa enviar o hacker para a cadeia

Um tribunal de recurso da Hungria recusou o pedido do Ministério Público do país para colocar Rui Pinto em prisão preventiva. O hacker ligado ao caso Football Leaks e acusado no caso dos emails do Benfica vai assim continuar em prisão domiciliária.

O tribunal considera que Rui Pinto tem colaborado com a justiça, disponibilizando inclusive o seu material informático, e considera ainda reduzido o perigo de fuga. O tribunal sublinha que Rui Pinto usou dados reais para arrendar o seu apartamento em Budapeste, o que reduz o referido perigo de fuga. 

Por conhecer, fica ainda a decisão acerca da extradição para Portugal. 

Rui Pinto, de 30 anos, foi acusado dos crimes de extorsão qualificada na forma tentada, acesso ilegítimo, ofensa a pessoa coletiva e violação de segredo. é considerado responsável pela revelação de documentos ligados ao futebol mundial. 

Está em prisão domiciliária em Budapeste desde 18 de janeiro, depois de ter sido detido dois dias antes, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas.

Já este mês, deu uma entrevista, em que afirmou que em Portugal não terá um julgamento justo. Em entrevista concedida à revista alemã ‘Der Spiegel’, Rui Pinto criticou a “propaganda portuguesa” que quer fazer dele “um criminoso, um hacker”, e disse que seria importante que as autoridades europeias investigassem a informação que tem no seu computador.

Não posso revelar o que tenho no meu computador, mas acho que as autoridades europeias deveriam ver o que tenho. As autoridades portuguesas não, porque não querem investigar os crimes, querem apenas utilizar o que eu encontrei para me acusarem e usarem isso contra mim”, afirmou à publicação germânica.

 

Rui Pinto confessou que “estava a colaborar com as autoridades francesas e a iniciar outra colaboração com as autoridades suíças”, quando “Portugal sabotou tudo” desde que houve “uma fuga de informação da maior sociedade de advogados” nacional (PLMJ).

O que era apenas uma simples ordem de investigação a nível europeu transformou-se num mandado de detenção europeu contra mim. Foi chocante. Criaram toda esta confusão internacional. Têm medo que eu saiba demasiado e que partilhe o que eles acham que eu sei com jornalistas ou outros países. Portugal quer apenas silenciar-me e ocultar o que eu tenho no meu computador portátil. Têm medo”, referiu Rui Pinto.

O português, que se encontra em prisão domiciliária em Budapeste, na Hungria, após ter sido detido há duas semanas, autointitulou-se “denunciante” e não um 'hacker’, e assegurou que “os documentos do Football Leaks são verdadeiros”.

Rui Pinto, que terá alegadamente acedido também aos e-mails do Benfica, diz nunca ter apontado “especificamente a este ou àquele clube, federação ou país”.

No dia da detenção, 16 de janeiro, sem nunca confirmar o nome do suspeito, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um cidadão português, em Budapeste, numa ação em cooperação com a congénere húngara.

O diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, disse ser “prematuro” associar o suspeito a crimes cometidos contra algumas instituições desportivas, como o Benfica, FC Porto, Sporting ou a Doyen.

Em comunicado posterior, os advogados de Rui Pinto assinalam que o seu cliente “tornou-se um importante denunciante europeu no âmbito dos chamados Football Leaks”, acrescentando que “muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus”.

 

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