Parquímetros: CML acusa moradores de vandalismo - TVI

Parquímetros: CML acusa moradores de vandalismo

  • AM
  • 6 abr 2017, 12:28

Câmara Municipal de Lisboa acusou os moradores de Carnide, que arrancaram os parquímetros durante a noite, de um ato grave e inédito. Informação já foi enviada para a PSP e MP. Presidente de Junta acusa EMEL de “estar a mentir”

A Câmara Municipal de Lisboa considerou, esta quinta-feira, que retirada de parquímetros pelos moradores de Carnide é “deliberada danificação de património municipal”.

“A Câmara Municipal foi surpreendida, esta madrugada, com as imagens da vandalização de parquímetros que a EMEL tinha acabado de colocar no centro histórico de Carnide. É um ato grave e inédito, de deliberada danificação de património municipal, e um ato inaceitável num estado de direito”, lê-se no comunicado enviado às redações.

A autarquia avança ainda que “foram dadas indicações para a EMEL iniciar o processo de reinstalação imediata dos parquímetros nos locais previstos e para envio imediato às autoridades policiais e ao Ministério Público de toda a informação recolhida”.

Segundo a mesma nota, “a entrada da EMEL no centro histórico de Carnide já se encontrava prevista e aprovada pelos órgãos municipais” e a sua implementação “resultou da vontade de dar resposta positiva aos alertas de moradores para o agravamento da situação do estacionamento nesta zona”.

A Câmara de Lisboa diz ainda que esta medida “teve o apoio expresso do Presidente da Junta de Freguesia na reunião descentralizada de 11 de Janeiro de 2017”, ao contrário do que agora foi afirmado por Fábio Sousa.

Face à atitude dos moradores de Carnide, que durante a noite arrancaram os parquímetros, a empresa municipal foi “a rever o programa operacional, em prejuízo do investimento em várias outras zonas da cidade que aguardam a expansão da EMEL como forma de regulação do estacionamento”. 

Presidente de Junta acusa EMEL de “estar a mentir”

O presidente da Junta de Freguesia de Carnide acusou EMEL de mentir quando afirmou que aquela autarquia não se mostrou contra a colocação dos parquímetros retirados durante a noite.

À Lusa, a diretora de Institucionais e Cidadania da EMEL contou que a EMEL já desde janeiro tinha autorização do presidente da Câmara de Lisboa [PS] para entrar nesta zona de Carnide, "muito pressionada sob o ponto de vista do estacionamento".

Toda a gente estava informada. Parece-me que o presidente da junta mudou de opinião de janeiro para cá, provavelmente por outras questões que queria ver resolvidas na sua freguesia pela Câmara Municipal, mas isso não é matéria da competência da EMEL", acrescentou Helena Carvalho.

A responsável disse estranhar a posição do presidente da Junta de Freguesia, afirmando que o autarca não se manifestou contra quando se falou do assunto na reunião descentralizada ocorrida em janeiro.

Confrontado com esta posição, Fábio Sousa (CDU) mostrou aos jornalistas uma posição enviada ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa a 10 de fevereiro.

No e-mail enviado a Fernando Medina, o presidente da Junta de Carnide afirmou que "atualmente é inoportuna a entrada da EMEL no centro histórico" da freguesia, "sem que esteja salvaguardada a criação de um parque de estacionamento e em curso as obras de requalificação previstas em Orçamento Participativo para este território".

Assim sendo, solicitamos que nos informem como estão a decorrer as negociações levadas a cabo com o Grupo Bernardino Gomes [proprietário do terreno onde está prevista a construção do parque de estacionamento para 200 lugares]", continua o autarca na mensagem.

Na opinião do autarca, a "EMEL mente claramente no que está a dizer", uma vez que as duas entidades estiveram "reunidas em janeiro para falar sobre o parque de estacionamento".

Para além disso, é a Junta que gere o espaço público", acrescentou.

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