Fabricante de calçado que deixou 150 trabalhadores no desemprego apresenta nova marca em Milão - TVI

Fabricante de calçado que deixou 150 trabalhadores no desemprego apresenta nova marca em Milão

  • AM - Notícia atualizada às 9:25 de dia 19 de fevereiro
  • 18 fev 2020, 11:20

Empresa de calçado Alberto Sousa, Lda, fechou portas no início de 2020. Agora apresentou a E S C na MICAM

A empresa de calçado Alberto Sousa, Lda, fechou portas esta terça-feira, menos de um mês após a administração ter anunciado o encerramento da rede de lojas, e deixou 150 trabalhadores no desemprego.

Responsável pela marca Eureka, o fabricante de calçado fechou as 13 sapatarias e a unidade fabril, tendo informado os trabalhadores de que teriam de esperar pelo administrador da insolvência para receber o formulário que lhes dará acesso ao subsídio de desemprego.

Segundo o Jornal de Notícias, durante a feira de calçado de Milão (MICAM), a empresa que deixou 150 trabalhadores no desemprego, apresentou uma nova marca em Milão, com nova designação social, mas com a mesma morada.

De acordo com o mesmo jornal, a administração da empresa está incontactável.

Num rápido acesso ao site da MICAM é possível verificar que na feira de Milão foi apresentada a marca de calçado E S C, propriedade da Asial-Indústria de Calçado, Lda, que faz parte do Grupo Eureka. Também o site da nova marca é o mesmo da antiga que apresenta uma mensagem de encerramento da Eureka, depois de dez anos de mercado.

Informação sobre a marca disponível no site da Feira de Milão

Encerramento apanhou trabalhadores e sindicatos de surpresa

Segundo Aida Sá, dirigente do Sindicato do Calçado, Malas e Afins Componentes, Formas e Curtumes do Minho e Trás-os-Montes, na passada sexta-feira, ao final do dia, os trabalhadores da Eureka foram chamados a uma reunião com a administração, tendo-lhes sido entregue uma carta dispensando-os de se apresentarem ao serviço a partir desta terça-feira.

Justificando a decisão com “motivos de ordem económica”, a empresa não entregou aos trabalhadores o modelo 5044, necessário para que possam ter acesso ao subsídio de desemprego, acrescentou.

“A empresa procedeu ao despedimento dos trabalhadores sem lhes permitir o acesso ao desemprego”, acusa o sindicato, garantindo que “está a acompanhar a situação junto da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] local por forma a resolver este problema”.

Segundo a dirigente sindical, o encerramento da fábrica de Vizela deixa no desemprego “150 a 180” trabalhadores, mas, contabilizando os trabalhadores da rede de lojas, a perda total de empregos rondará os “cerca de 300”.

À Lusa, a Aida Sá manifestou ainda “indignação” com o facto de o grupo estar, precisamente nesta altura, a apresentar na feira internacional de calçado Micam, em Milão, Itália, uma nova marca de calçado, denominada E S C, que surge no catálogo da mostra como sendo propriedade da Asial – Indústria de Calçado, Lda, mas com a mesma morada da Alberto Sousa.

Segundo a dirigente sindical, o anúncio do encerramento da fábrica de Vizela apanhou trabalhadores e sindicatos de surpresa, já que, apesar de a Eureka Shoes se encontrar em PER, com dívidas de 22 milhões de euros a mais de 600 credores, o plano de recuperação tinha sido aprovado no final de 2019 e estava em curso.

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