A Polícia Judiciária do Porto avançou esta manhã para uma megaoperação de combate ao crime económico, sabe a TVI, com sete detenções, de gestores de empresas, por fraude na obtenção de subsídios comunitários, insolvência dolosa, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
A PJ já informou em comunicado que a operação, designada "Operação Prazo Final", envolveu cerca de 70 investigadores da Diretoria do Norte e inspetores tributários da Direção de Finanças do Porto da Autoridade Tributária.
Foram realizadas "22 buscas domiciliárias e não domiciliárias nos concelhos de Paredes, Paços de Ferreira, Vila Nova de Gaia, Vila do Conde, Santa Maria da Feira e Matosinhos" e apreendidas vários automóveis, equipamentos informáticos, telemóveis e documentos de natureza contabilística e fiscal.
Entre os sete detidos, cinco são do sexo masculino e dois do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 25 e os 50 anos.
O principal arguido é sócio-gerente de uma sociedade comercial do ramo do mobiliário e "engendrou um esquema criminoso recorrendo a um intrincado esquema de faturação fraudulenta, contando para tal com a colaboração e participação de responsáveis de várias outras sociedades".
Apurou-se que este arguido, com a comparticipação principal de outros arguidos dentro da sua esfera familiar, orquestrou um plano que consistia em simular a aquisição de equipamentos ou máquinas industriais como novas, quando na verdade se tratava de equipamento usado, sendo o seu valor real bastante inferior ao declarado nas faturas", lê-se no comunicado.
"Ao empolarem os valores das aquisições, em conluio com outras sociedades, suas fornecedoras, apresentaram um projeto de financiamento junto do 'Programa Portugal 2020', dando uma aparência de normalidade às transações efetuadas e que sustentaram a emissão de faturação falsa no período que mediou, pelo menos, desde maio de 2015 a agosto de 2016", acrescenta a PJ.
Deste forma, conseguiram obter através da Agência Para o Desenvolvimento e Coesão "um montante global de subsídios comunitários de cerca de 3.100.000€", que foram usados para "proveito pessoal".
O principal arguido "foi gerindo as suas empresas de forma ruinosa, culminando tais procedimentos com a insolvência da principal sociedade, que deixou um passivo de cerca de 10.000.000€, sendo o Estado Português o mais prejudicado".
Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.