Hospital de Portimão teme novos casos de tuberculose - TVI

Hospital de Portimão teme novos casos de tuberculose

Depois dos casos diagnosticados a duas enfermeiras, restantes profissionais da unidade dizem viver em clima de insegurança

Os casos de tuberculose detetados em duas enfermeiras no hospital de Portimão estão a preocupar outros elementos da equipa de enfermagem. Estes profissionais dizem viver num clima de insegurança devido ao atraso nos rastreios e sob anonimato, em declarações à TVI, revelam a angústia e o receio de mais infeções.
 

"Este tempo de espera deixa os profissionais um bocado angustiados porque não sabem se poderão ter uma TP [Tuberculose Pulmonar] ativa ou uma TP latente. Pensam também nos familiares porque podem pôr em risco os familiares", afirmou um dos profissionais que pediu anonimato.

 
"É um processo que deveria ser mais rápido tendo em conta o contato direto que temos com vários doentes diariamente. Nós acabamos por ser um foco de contato significativo", disse outro.
 
Uma situação agravada pelo fato de o único quarto de pressão negativa do hospital que evitava o contágio de patologias por via aérea ter sido desativado há cerca de ano e meio. A denúncia é do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) que diz que naquele espaço funciona agora uma sala de triagem onde ainda é visível a antiga placa de isolamento. 

“Era absolutamente desnecessário porque já existia um serviço de triagem e perdeu-se o único quarto de isolamento com estas características no hospital”, denunciou Nuno Manjua, do SEP.
 


"Deixámos de ter condições para receber doentes com infeções de contágio respiratório. Perdemos essa capacidade e depois a opção que oferecemos à população não são mais do que cortinas de plástico que não promovem qualquer tipo de proteção", observou um dos enfermeiros sob anonimato.
 
Mas as denúncias não ficam por aqui. Há enfermeiros sem acesso à medicina do trabalho.
 
"Fui à saúde ocupacional uma vez fazer exames. Em seis anos, quando, supostamente, pela lei, deveria ser de dois em dois anos", contou um enfermeiro.
 
Em comunicado, o Centro Hospitalar do Algarve garante que as duas enfermeiras têm sido acompanhadas pelo Serviço de Saúde Ocupacional e nega o encerramento de qualquer quarto de isolamento no serviço de urgência do Hospital de Portimão. 
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