Há sete anos que não entravam tantos alunos no Ensino Superior - TVI

Há sete anos que não entravam tantos alunos no Ensino Superior

  • Sofia Santana
  • com Lusa
  • 10 set 2017, 00:01

Universidades e politécnicos públicos recebem 44.914 novos estudantes a partir de segunda-feira, um aumento de 5% face a 2016. Crescimento maior foi nos institutos politécnicos

O número de novos estudantes colocados no ensino superior na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) aumentou 5% este ano face a 2016 e é o mais elevado desde 2010. São 44.914 os alunos que foram colocados, segundos os dados da Direção-Geral de Ensino Superior (DGES), divulgados num comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Os resultados do CNA indicam que o número de estudantes colocados no ensino politécnico foi o que mais cresceu (8,4%), atingindo este ano 17 266. Esta subida foi particularmente acentuada nas regiões de menor densidade demográfica, onde os politécnicos registaram um aumento de colocações de 20%.

Os números da tutela indicam ainda o crescimento da atratividade dos politécnicos, que foram a primeira opção para mais 16% dos candidatos em comparação com 2016.

No ensino universitário, o número de colocados cresceu 2,3% para 2 7648 - em 2016 fixou-se em 27 036.

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Ainda segundo estes dados, o número de estudantes colocados na área das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE) e na área de Física aumentou 10% face ao anterior.

Este ano, o número de candidatos à 1.ª fase aumentou 6% face ao ano passado. Foram 52 434 os estudantes candidatos, o maior número desde 2009.

Quase metade dos colocados entrou na primeira opção

De acordo com os dados oficiais divulgados este domingo, quase metade dos colocados entrou na primeira opção, ligeiramente abaixo dos 51% que o conseguiram em 2016.

Este ano, no entanto, o CNA registou um acréscimo de candidatos, que, pela primeira vez desde 2009, superou o número de vagas a concurso, o que pode dificultar a entrada no curso preferencial, sobretudo naqueles que registam habitualmente maior procura.

Às 50.838 vagas iniciais levadas a concurso foi preciso acrescentar 301 para resolver situações de empate entre candidatos com médias de candidatura iguais.

Apesar do número de candidatos superior ao número de vagas, sobraram 6.225 lugares, “uma diminuição de 22,4% em relação à mesma fase do concurso de 2016”, quando sobraram 8.022 vagas, e que vão agora ficar disponíveis para as fases subsequentes do CNA.

Quase 85% dos 44.914 conseguiram entrar numa das suas três primeiras opções.

A percentagem de candidatos colocados baixou um ponto percentual face ao ano anterior, dos 86,8% para os 85,7%.

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Depois de o Governo ter apelado às instituições para um aumento do número de vagas nas áreas das tecnologias de informação e de Física, e de estas terem respondido com a criação de 150 novas vagas em cursos de licenciatura e mestrado nestas áreas, o CNA registou na primeira fase um aumento de 10% no total de colocados nestas áreas de estudo.

Os alunos puderam este ano escolher entre 1.062 cursos disponíveis e candidatar-se a 42.128 vagas para 952 licenciaturas, 8.547 vagas para 103 mestrados integrados e 163 vagas para sete cursos preparatórios de mestrado integrado.

Alunos já estudam mais para ser engenheiros do que médicos

Como já tinha acontecido no ano passado, Engenharia destrona Medicina, ao ocupar o top 3 dos cursos com médias de entrada mais altas.  Engenharia Aeroespacial, no Instituto Superior Técnico, voltou a registar a média de entrada no ensino superior mais elevada na primeira fase de colocação, 18,8 valores, batendo o registo de 2016, de 18,53 valores.

Depois de anos a liderar a lista das médias de entrada no ensino superior mais elevadas, os cursos de Medicina foram, pelo segundo ano consecutivo, relegados para fora do pódio pelos mesmos três cursos: Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (18,8 valores), Engenharia Física Tecnológica, da mesma instituição (18,75 valores) e Engenharia e Gestão Industrial, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (18,43 valores).

Em quarto lugar na lista aparece o curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com um registo de 18,33 valores para o último colocado.

Nove cursos registaram médias de entrada superiores a 18 valores: para além dos já referidos, há ainda outros dois cursos de medicina – o do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e o da Universidade do Minho, Bioengenharia da Universidade do Porto, e Engenharia Biomédica e Matemática Aplicada e Computação, ambos do Instituto Superior Técnico.

Em 31 cursos, o último colocado entrou com uma média de candidatura entre os 9,5 valores e os 9,9 valores, situação verificável para 722 estudantes.

Menor número de vagas sobrantes

Agora, restam 6225 vagas para a 2.ª e 3.ª fases do CNA, sendo este o menor número de vagas sobrantes desde 2009.

Tendo em conta os resultados do CNA e as estimativas das instituições de ensino superior para as restantes vias de ingresso, a DGES estima que o número de novos estudantes no ensino superior público no novo ano letivo seja de cerca de 73 mil. Destes, cerca de 66,5 mil estudantes estarão em cursos de licenciatura e mestrados integrados e cerca de 6,8 mil esudantes em cursos técnicos superiores profissionais.

Os resultados da 1ª fase do concurso nacional de acesso estão desde este domingo disponíveis para consulta no portal da DGES, podendo ainda ser consultados através da aplicação de telemóvel ES Acesso.

 

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